
The Fantastic Four: First Steps, Aventura, 2025 | Direção: Matt Shakman | Classificação indicativa: 12 anos | Duração: 1h55 | Em cartaz nos cinemas
“Quarteto Fantástico: Primeiros Passos”, dirigido por Matt Shakman, é uma tentativa ousada da Marvel de reintroduzir um de seus grupos mais icônicos no universo cinematográfico, mas o resultado fica aquém do esperado. Com uma premissa promissora de restabelecer a equipe agora no MCU após desastrosas adaptações no passado, o filme até consegue estabelecer uma boa dinâmica familiar entre os protagonistas, mas tropeça feio na construção do enredo, no desenvolvimento de seus personagens e na construção de uma grande ameaça.
O grande destaque vai para Vanessa Kirby, que entrega uma Mulher-Invisível/Sue Storm surpreendentemente sólida e com profundidade emocional. Ela é, de longe, a personagem mais bem explorada da narrativa. O Senhor Fantástico/Reed Richards de Pedro Pascal é apenas ok, e o Jhonny Storm/Tocha Humana de Joseph Quinn é bem bacana.
Em contrapartida, o Ben Grimm/Coisa, interpretado por Ebon Moss-Bachrach, surge como uma figura interessante, mas claramente subaproveitada. Falta-lhe tempo de tela e conflitos próprios, o que enfraquece sua presença e dilui o potencial dramático do personagem.
A estética retrofuturista, com forte inspiração visual em séries animadas como “Os Jetsons”, é um acerto visual que encanta à primeira vista. No entanto, esse estilo não é integrado de forma orgânica à história – acaba sendo apenas um verniz estilístico, sem real influência no tom ou no desenvolvimento do filme.
Por fim, a ameaça cósmica de Galactus (Ralph Ineson) e sua arauta, a Surfista Prateada (Julia Garner), surge de maneira abrupta e pouco impactante. Ao menos o roteiro não tenta recontar a origem do grupo, o que é um acerto, e o filme é, de longe, a melhor incursão dos personagens nos cinemas, depois das bombas anteriores.
No geral, “Quarteto Fantástico: Primeiros Passos” tem lampejos de criatividade, mas parece um mosaico de boas ideias mal conectadas, deixando a sensação de que o potencial da equipe – e do filme – ficou perdido no espaço.
Nota: ★★★
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