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Vereadores batem boca durante sessão na Câmara de Itu

Vereadores discutiram durante a sessão, que registrou ataques e insinuações, além de uma sequência de pedidos de questão de ordem (Foto: Divulgação/Câmara)

Parecia mais uma simples sessão ordinária da Câmara de Vereadores. Parecia. Porque a sessão da última terça-feira (11) se tornou palco de uma grande discussão e muita confusão entre os vereadores de situação e oposição. Tudo começou quando Adautinho (PL) pediu o adiamento de um projeto de lei de autoria do Executivo que altera a Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo.

O Projeto de Lei Complementar Nº 2/2024 traz alterações para dispor sobre alteração de zoneamento em áreas específicas de desenvolvimento econômico e turístico, inseridos nos limites do perímetro urbano e com acesso através de rodovia. Mas, segundo o edil, algumas empresas o procuraram, informando que antes estavam em uma área industrial, mas com o novo zoneamento, passou para residencial.

“Provavelmente será feito algum condomínio perto, e devem ter passado batido esses barracões. Um deles teve a certidão de viabilidade negada, porque o zoneamento não permite. É uma oportunidade de a gente corrigir esse erro, por isso eu peço o adiamento”, informou o edil. O pedido de Adautinho, porém, foi rejeitado.

Maria do Carmo Piunti (MDB) lamentou a rejeição do adiamento, dizendo que seria importante para melhorar o projeto. Também chamou a Lei de Uso do Solo de “colcha de retalhos”. A questão da empregabilidade também foi suscitada pela oposição, já que os barracões sediam empresas que geram empregos. Porém, afirmaram que votariam a favor, pois o projeto beneficia os moradores do Condomínio Campos de Santo Antônio, que hoje é considerado área rural e será transformado em área urbana.

Já Dr. José Galvão (PL) disse que o projeto tem o “DNA do Executivo” e que seria “maldoso”, já que traz o benefício aos moradores do condomínio, mas que traz um “jabuti” que prejudica esses empreendimentos industriais citados por Adautinho. Eduardo Ortiz (MBD) disse que a Prefeitura só faz alterações quando lhe convém e criticou o fato de a Câmara não poder fazer alterações ao projeto.

Confusão

Ortiz subiu o tom contra o atual governo, criticando a situação da empregabilidade da cidade – que estaria recebendo apenas “supermercados e farmácias”. Também disse que o projeto deve ter “outros interesses ocultos”, mas que não teria tempo hábil para estudar o mesmo com profundidade. As falas de Ortiz incomodaram a situação. O líder Normino da Rádio (Cidadania), que ocupava a presidência no momento, disse que o projeto tramita na Casa de Leis há um mês, então haveria tempo para analisá-lo.

A partir daí, um grande bate-boca aconteceu. Normino alegava ter sido citado enquanto líder do governo, por isso fazia uso da questão de ordem. Já Galvão dizia que ele não tinha sido citado, com Ortiz também pedindo questão de ordem. O clima esquentou e o presidente Ricardo Giordani (PSB) pediu o adiamento da sessão.

Na volta, Normino voltou a criticar Ortiz, dizendo que para ele tudo está ruim e que ele só critica, fazendo “propaganda negativa” da cidade. Também afirmou que os dados do Caged apontam que a empregabilidade de Itu vai bem. Já o vereador Luisinho Silveira (PDT) disse que Ortiz não entende nada de empregabilidade e o chamou de “pequeno falante”, sem citá-lo nominalmente. “A cidade de Itu tem muito emprego”, afirmou.

Giordani também criticou Ortiz, dizendo que ele se “odeia tanto” e que “joga contra a própria cidade”. “Aqui não é consultório de psicologia”, afirmou o presidente da Câmara, dizendo que “pessoas diminutas são invejosas”. O projeto então foi votado e aprovado por unanimidade, sendo seguido de uma série de pedidos de justificativa de voto.

Galvão disse estar “atônito”, considerando um “absurdo” o que ocorreu durante a discussão do projeto. Ele levantou o tom e disse que é preciso ter respeito, criticando o fato de Ortiz ter sido chamado de “pequeno falante”. Resultado: mais bate-boca. Em questão de ordem, Ortiz, sem citar nominalmente, disse que Luisinho aprendeu com o prefeito Guilherme Gazzola (PP) a desrespeitar e disse que “quem não tem razão parte para o pessoal”. “Será que temos um vereador com ‘pequenofobia’?”, insinuou, afirmando que tudo que fala tem fundamento. Giordani rebateu: “Chaticefobia tem também”.

Em seguida, Nomino pediu questão de ordem e entrou em atrito com Galvão, dizendo que é “difícil” trabalhar ao lado dele. “O senhor não tem colegiado, não agrega”, declarou. Já Célia Rocha (PP) retomou a discussão ao cerne do projeto e disse que a adequação proposta era necessária. Adautinho, por sua vez, criticou o fato de os vereadores não se preocuparem nem em ouvir a demanda que chegou até ele.

Outros projetos

Entre os demais projetos aprovados, destaque para o de autoria de Ricardo Giordani que declara de utilidade pública o projeto “Pequeno Samurai”, o substitutivo ao projeto de autoria de Eduardo Ortiz que institui o programa “Material Escolar Solidário” e o que institui no calendário de eventos de Itu o Dia do Rotaract (13 de março), de autoria de José Galvão. Também foram aprovados projetos de denominação de vias públicas.

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