Quem tem conta em alguma rede social deve ter visto nas últimas semanas uma explosão de posts relacionados ao grupo RBD, que foi criado a partir da telenovela mexicana “Rebelde”, que por sua vez foi exibida aqui no Brasil pelo SBT em meados dos anos 2000. Pois bem, mesmo após quase 20 anos do sucesso inicial, a banda formada por Anahí, Christian Chávez, Christopher von Uckermann, Dulce María e Maite Perroni ainda atrai multidões e, em turnê pelo Brasil, levou milhares de pessoas em shows bem produzidos e com ingressos super disputados.
Para entender o motivo do frisson causado com a volta do grupo ao país onde é idolatrado, o JP ouviu alguns fãs ituanos que comprovam: toda essa rebeldia tem causa. “Acho que, apesar de ser considerada uma banda ‘falecida’, as carreiras solos dos integrantes contribuíram muito para que a relação com os fãs não acabasse”, conta a jornalista Beatriz Pires, que foi ao show no Morumbi na semana passada e vai novamente neste fim de semana, no Allianz Parque.
Para ela, que virou fã do RBD com apenas oito anos quando a novela era exibida, o sentimento de nostalgia ajudou a alavancar a nova turnê. “O RBD fez parte da infância e adolescência de muitas pessoas e, por ser popular, com produtos de fácil acesso, gerou identificação e senso de comunidade, pertencimento. Retomar isso anos depois é lembrar de uma parte importante da nossa história e da construção para cada um ser quem é hoje”.
O também jornalista e ator Jean Pino acredita que a comoção dos fãs brasileiros se deve ao fato de que, quando a banda explodiu, a maioria ainda era menor de idade, e não podia ir aos shows. “Por isso, hoje, como todos já são adultos e garantem o próprio dinheiro, eles podem realizar esse sonho. Mas além de tudo isso, eu que sempre acompanhei sei que o fã do RBD é um fã que esteve sempre muito presente”, destaca.
Ele, que sempre gostou das músicas e também virou fã por conta da novela, diz que o grupo influenciou até sua carreira como ator. “O RBD é um grande influenciador da minha carreira no teatro. Eles foram uma das minhas primeiras referências artísticas no quesito atuar, cantar e dançar. Não é à toa que sou um grande apaixonado e estudioso da área do teatro musical, que une todas essas vertentes”, afirma ele, que esteve no show do Morumbi.
A auxiliar administrativa Natália Donatto também conferiu a apresentação no estádio tricolor e diz que um dos fatores para tamanha comoção do público é a sensação de que não houve um “adeus digno” quando a banda se encerrou, em 2008. “O retorno agora em 2023, mesmo com apenas cinco dos seis integrantes, foi não só a chance dessa despedida digna para todos, como também foi a grande oportunidade de muitos dos fãs, inclusive minha, terem a oportunidade de vê-los ao vivo pela primeira vez”.
Natália, que também se tornou fã ainda criança do grupo, afirma que até agora não consegue descrever o que foi viver o momento do show. “Ver o RBD ao vivo era o maior sonho da minha vida, um sonho de criança que ficou adormecido por muitos anos, mas que agora se tornou realidade. Foi surreal, foi mágico”.
Confira abaixo as entrevistas com os três fãs:
Por que você acha que o retorno do RBD ao Brasil depois de tantos anos causou tamanha comoção?
Acho que apesar de ser considerada uma banda “falecida”, as carreiras solos dos integrantes contribuíram muito para que a relação com os fãs não acabasse. Eles foram um fenômeno lá atrás e isso continuou muito vivo em quem é fã da banda e tinha a esperança de um reencontro, por isso a comoção. Outro fator muito importante é o sentimento de nostalgia. O RBD fez parte da infância e adolescência de muitas pessoas e, por ser popular, com produtos de fácil acesso, gerou identificação e senso de comunidade, pertencimento. Retomar isso anos depois é lembrar de uma parte importante da nossa história e da construção para cada um ser quem é hoje.
Como você virou fã da banda?
Eu virei fã da banda com a exibição da novela aqui no Brasil, em 2005. Tinha apenas 8 anos e comecei a acompanhar frequentemente e a comprar os produtos (CDs, DVDs, revistas, cards, chicletes).
Conte como foi sua experiência no show.
A experiência no show foi incrível, uma coisa surreal. Eu já sabia como era porque assisti várias lives, mas nada supera estar vivendo tudo de pertinho. Fiquei na arquibancada e o estádio literalmente tremeu. Acho que além do show, uma das coisas mais emocionantes foi a conexão com outras pessoas que sentem o mesmo amor pela banda. Realizei um sonho de criança ao lado de uma amigo que não conheci na infância, mas que compartilha o mesmo sonho que eu. Foi lindo estar ali com tantas outras pessoas que eu não conhecia e ver a felicidade e a emoção no rosto de cada um.
Por que você acha que o retorno do RBD ao Brasil depois de tantos anos causou tamanha comoção?
Acho que apesar de ser considerada uma banda “falecida”, as carreiras solos dos integrantes contribuíram muito para que a relação com os fãs não acabasse. Eles foram um fenômeno lá atrás e isso continuou muito vivo em quem é fã da banda e tinha a esperança de um reencontro, por isso a comoção. Outro fator muito importante é o sentimento de nostalgia. O RBD fez parte da infância e adolescência de muitas pessoas e, por ser popular, com produtos de fácil acesso, gerou identificação e senso de comunidade, pertencimento. Retomar isso anos depois é lembrar de uma parte importante da nossa história e da construção para cada um ser quem é hoje.
Como você virou fã da banda?
Eu virei fã da banda com a exibição da novela aqui no Brasil, em 2005. Tinha apenas 8 anos e comecei a acompanhar frequentemente e a comprar os produtos (CDs, DVDs, revistas, cards, chicletes).
Conte como foi sua experiência no show.
A experiência no show foi incrível, uma coisa surreal. Eu já sabia como era porque assisti várias lives, mas nada supera estar vivendo tudo de pertinho. Fiquei na arquibancada e o estádio literalmente tremeu. Acho que além do show, uma das coisas mais emocionantes foi a conexão com outras pessoas que sentem o mesmo amor pela banda. Realizei um sonho de criança ao lado de uma amigo que não conheci na infância, mas que compartilha o mesmo sonho que eu. Foi lindo estar ali com tantas outras pessoas que eu não conhecia e ver a felicidade e a emoção no rosto de cada um.
Por que você acha que o retorno do RBD ao Brasil depois de tantos anos causou tamanha comoção?
Eu acho e tenho certeza de que o retorno do RBD causou toda essa comoção pois os fãs da novela e da banda, lá em 2004, 2005 e 2006 todos eram crianças ou menores de idade e não podiam ir ao show por falta de dinheiro ou pelo fato dos pais não deixarem. Por isso, hoje, como todos já são adultos e garantem o dinheiro próprio, eles podem realizar esse sonho. Mas além de tudo isso, eu que sempre acompanhei sei que o fã do RBD é um fã que esteve sempre muito presente, mesmo eles não estando mais juntos (até então) os fã já até realizaram um show do RBD sem o RBD em 2022 no Hopi Hari e lotou o parque. Além isso, acredito que tanto a novela Rebelde, quanto a banda RBD marcou uma geração não só pelas músicas, mas também pelo estilo que representavam com os personagens da novela e os looks.
Como você virou fã da banda?
Assim como a grande maioria eu virei fã da banda através da novela Rebelde. Lembro das chamadas do SBT anunciando a novela e lembro que assistia escondido, pois não podia assistir pelo fato do nome ser “Rebelde” rs. Durante a novela, surgiu a banda com os 6 integrantes (Anahi, Poncho, Dulce, Maitê, Christian e Christopher) e comecei a ser fã da banda por consequência da novela. Mas além disso, acho que me tornei mais fã ainda por conta das músicas. Sempre gostei de músicas com batidas animadas e coreografias (não é atoa a veia artística), por isso lembro de ouvir o primeiro álbum do RBD e ficar ainda mais fã do que já era.
Aliás, o RBD é um grande influenciador da minha carreira no teatro. Eles foram uma das minhas primeiras referências artísticas no quesito atuar, cantar e dançar. Não é atoa que sou um grande apaixonado e estudioso da área do teatro musical, que une todas essas vertentes.
Conte como foi sua experiência no show.
Como já mencionei, quando a novela e a banda explodiram por volta de 2004 e 2005, eu era menor de idade, não trabalha e não tinha a autorização para ir aos shows, por isso, tive que me conter em ver pela TV. Por isso, realizar o sonho de ir ao show foi uma sensação única.
Eu comprei (no sufoco) dois ingressos para o show. O primeiro no dia 12/11 no Morumbi e o segundo no dia 18/11 no Allianz. Para todo mundo que está achando que sou “louco” em ir no mesmo show duas vezes, eu respondo que o primeiro show é para o Jean de 13 anos que foi de uniforme completo, gravata, estrela na testa, pulseira no braço e suspensório vermelho e enfrentou horas de fila. Já o segundo show é para o Jean de 31 anos, que vai de calça, camiseta e boné.
Pode parecer loucura, mas poder vivenciar o show do dia 12/11 foi único.
Fiquei 07 horas na fila, embaixo do sol, até entrar no estádio e a minha ficha só foi cair com os primeiros acordes de “Tras de Mí” e a Dulce Maria gritando: “Olá São Paulo!”.
Chorei, cantei, dancei as coreografias que achava nem lembrava mais, fiz amizades novas e vivenciei tudo muito intensamente.
Passei sufoco na hora de ir embora do estádio por conta do arrastão e a falta de policiamento fora do estádio, mas isso não tirou o sentimento de felicidade que eu estava me ter realizado esse sonho.
Foi a melhor experiência da minha vida!
O post Rebeldes com causa: fãs ituanos declaram amor por banda apareceu primeiro em Jornal Periscópio | Jornal do Povo.