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Professor e vereador negro de Itu é homenageado pela PUC

O Centro de Estudos Africanos e Afro-brasileiros Dra. Nicéa Quintino Amauro da PUC-Campinas realizou, nesta terça-feira (18), uma homenagem ao professor Firmino Octavio do Espírito Santo Junior, que dá nome a uma EMEF (Escola Municipal de Ensino Fundamental) em Itu, no Jardim Corazza.

 “Ele foi um educador negro comprometido com estudantes em situação de vulnerabilidade e também fez parte da Câmara de Vereadores por quatro mandatos. Teve um seu legado significativo na cidade”, explica a instituição de ensino.

“O professor Firmino foi aluno da nossa universidade lá na origem, quando ela ainda era a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, fundada em 1941. Ele foi vereador por quatro mandatos consecutivos e levou para a esfera política seu compromisso com a educação e a justiça social. Não estamos somente prestando uma justa homenagem, estamos provocando reflexões necessárias sobre a população negra brasileira. É possível que todas essas crianças olhem para o patrono dessa escola e o tenham como um exemplo a ser seguido”, comentou o reitor Prof. Germano Rigacci Júnior.

“É uma figura muito importante para nós ituanos. Ele trouxe muita representatividade para os afrodescendentes, representou a nossa cidade em muitas causas importante e foi o professor de história do meu pai, o prefeito Herculano Passos, que tem um grande carinho por ele. Temos muito orgulho pela história que ele construiu por nós”, afirmou Juliana Passos Pessanha, vice-prefeita de Itu.

Para a Comendadora Edna Almeida Lourenço, foi um evento marcante, que reforça a luta contra o racismo. “A gente tem que sempre ressignificar o nosso povo negro, a nossa luta para que as pessoas saibam dos feitos do nosso povo. Quando você tem também a manifestação das crianças é magnífico. Foi de uma simbologia ímpar para Itu e para o movimento negro da cidade”, afirmou.

A Profa. Dra. Rosalia Maria Rodrigues de Campos, representando a UNEI (União Negra Ituana); e salientou a importância histórica de Firmino. “Estamos dando visibilidade a uma personalidade ituana que entrou para a história. É uma honra gigantesca poder prestar essa homenagem ao professor, estarmos aqui, já que nossos passos vêm de longe e nós devemos isso a ele”, disse.

A ex-aluna do professor, Selma Dias, representando o Grupo de Confluência de Itu,  relembrou de sua importância. “É uma honra grande ter sido aluna dele na escola Cícero Siqueira Campos. Ele foi muito importante na minha vida, educação, e na mulher que eu me tornei hoje. Ele era um professor exigente, mas incentivava nós negros a focar no estudo; sempre enfatizou que a educação e a cultura são as coisas mais importantes na vida do ser humano, principalmente para nós negros, pelas dificuldades que encontramos. Valeu tanto a pena que eu continuo estudando”, disse.

Sem remuneração

Em depoimentos ao Jornal de Itu, outras personalidades também lembraram Firmino. A ex-deputada estadual Maria do Carmo Piunti lembra que foi ela, em 1988, que nomeou a escola. “Ele foi uma pessoa a frente do seu tempo, que teve um destaque em Itu apesar de ser de origem muito humilde”, recorda.

O ex-prefeito Lázaro Piunti destaca também que chegou a ser aluno de Firmino na escola Regente Feijó e depois foram companheiros na Câmara de Vereadores. “Em 1969, ele foi reeleito e eu me elegi pela primeira vez. Na época, não tinha salário para vereador”, destaca. O subsídio para os representantes do legislativo só seria efetivado a partir de 1974.

Outro ex-aluno de Firmino foi o comerciante João Batista Thomaz. “Ele foi meu professor de História no Regente, em 1967, na época era o único professor negro que havia na escola. Era tranquilo na sala de aula, e sempre ficava lendo jornal nos bancos da Praça do Carmo”, lembra João, que também estudou na PUC-Campinas.

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Publicado em March 19, 2025.
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