População lota Câmara de Vereadores contra taxa de lixo

A sessão da Câmara de Vereadores de Itu, na tarde desta terça-feira (25), esteve com o Plenário lotado. Muitas pessoas que não conseguiram acesso, assistiram do lado de fora, em frente à Câmara, através de um monitor que transmitiu a sessão.

O vereador José Galvão inclusive acusou colegas de colocarem seus assessores para ocuparem assento no Plenário para impedir o povo de entrar no local.

O que estava na pauta do dia não era a revogação da taxa do lixo, mas sim a possibilidade de um projeto, dos quatro vereadores de oposição, que pede a revogação, ir para votação, após ser considerado inconstitucional pelos vereadores da Comissão de Redação e Justiça, Ricardo Giordani e Marcos Moraes.

O que foi votado na tarde de hoje foi o Projeto de Resolução sobre esta decisão dos vereadores: se a maioria votasse a favor, o projeto que pede a revolução da taxa de lixo então poderia ser votado.

 Isto, obviamente, não aconteceu, já que a maioria dos vereadores já votaram a favor da taxa do lixo e compõem a base do prefeito Guilherme Gazzola na Câmara.

“Entramos com o recurso contra esta decisão, e hoje o que nós estamos votando e este Projeto de Resolução, se nós votarmos hoje, o Projeto que revoga a taxa de lixo poderá vir a ser votado”, explicou a vereadora Maria do Carmo Piunti. “Gostaria de saber o motivo de os vereadores estarem com medo de trazer o nosso projeto para cá”, destacou. Ela chegou a ser aplaudida algumas vezes, inclusive quando disse que o “prefeito está metendo a mão no bolso do povo”.

“Este dia ficará conhecido como o dia em que corrigimos um erro contra o povo”, disse Eduardo Ortiz. “Quando o prefeito é indagado sobre a taxa nas redes sociais, ele diz que o assunto está encerrado, mas a cada vez que um munícipe recebe a cobrança, ele lembra”, e ainda lembrou que um projeto similar veio para o Plenário, que incluía renúncia de receita, e mesmo sem relatório foi aprovado. Ele lembrou que a cidade já tem recursos para tratamento dos recursos sólidos.

A vereadora Patrícia da Aspa também pediu para que a população mantivesse o protesto de forma pacífica “apesar de estarmos com os nervos á flor da pele”. “Tem condomínios pagando fortunas”, lembrou. O vereador José Galvão também fez um discurso longo e destacou que falta transparência na forma de cobrança.

“Mequetrefe” e “corrupto”

Entre os vereadores de situação, que apoiam o prefeito, apenas dois discursaram.

O vereador Ricardo Giordani disse que o projeto era “mequetrefe” e inconstitucional. Ele foi vaiado pela população que acompanhava a sessão na parte de fora, com gritos de “Fora!” e diversos xingamentos, como “corrupto”. “Eu não tenho medo de nada, de canalha nenhum que ficava na porta do Quartel para dar golpe”, disse o vereador.

Veja no vídeo abaixo:

“Minha  posição é que é preciso e é legal a taxa do lixo”, defendeu o vereador Thiago Gonçales, também fazendo críticas aos colegas de oposição. Ao afirmar que o valor da taxa será usado para melhorias, ele foi desacreditado pelo público do Plenário. Ele também acusou os vereadores de oposição de confundirem a população, divulgando que hoje seria votada a revogação da taxa de lixo.

A população do lado de fora também gritava palavras de ordem contra o vereador durante o discurso.  

Ao final da votação, os vereadores de oposição voltaram a discursar. O vereador Eduardo Ortiz declarou ser pré-candidato a prefeito.

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