Foi a partir da experiência de ter vivido em Urucuia, no extremo noroeste de Minas Gerais, região que inspirou João Guimarães Rosa a escrever seu romance “grande Sertão: Veredas”, que o violeiro Paulo Freire criou espetáculo Viola Rosa e Sertão, que traz a música do interior do Brasil, a música que vem desde o início de sua carreira transformando e influenciando suas criações. A apresentação será em Indaiatuba, no Casarão Pau Preto, nesta sexta-feira (16), às 20h.
Neste show em formato solo, Paulo Freire vai mostrar as músicas e causos do mundo que cerca a viola – desde o santo padroeiro dos violeiros (São Gonçalo, que também é santo da fertilidade), passando pelas Folias de Reis, até o famoso pacto com o diabo. Mostrará também a importância do sertão neste aprendizado através dos “toques de viola”, ponteados que representam as movimentações e desafios entre os animais.
O repertório conta com músicas inspiradas no cotidiano do sertanejo, além de divertidos cocos de viola – canções típicas dos vaqueiros. Viola Rosa e Sertão é um projeto de circulação dos shows, viabilizado pelo Programa de Ação Cultural (ProAC) do Estado de São Paulo, com a elaboração, gestão e coordenação geral do projeto de Gisella Gonçalves, da Borandá Produções.
Sobre Paulo Freire
Estudou violão com Henrique Pinto, em São Paulo, e Betho Davesaky, em Paris. Em 1977, apaixonado pelo romance “Grande Sertão: Veredas”, de João Guimarães Rosa, foi morar no Norte de Minas Gerais, região do rio Urucuia. Aprendeu a tocar viola com Manoel de Oliveira e outros mestres da região. Aprofundou-se nos costumes e lendas do sertão e posteriormente, tocou as violas e compôs músicas para o seriado “Grande Sertão: Veredas”, da TV Globo.
Morou em Paris de 1982 a 1985. Além de estudar violão clássico, atuou em grupos de Música Popular Brasileira em vários países da Europa e na Argélia. Compôs trilhas especiais para matérias do programa “Globo Rural”, da TV Globo (entre elas “Escola de Peões” – Prêmio Wladimir Herzog de Direitos Humanos, em 1993 e “O Umbu” – Prêmio Febraban, em 1994). Compôs, em parceria com Swami Júnior, a canção “Bom Dia”, gravada por Zizi Possi no disco “Valsa Brasileira” (Prêmio SHARP – melhor disco do ano, em 1994).
Publicou os romances “O Canto dos Passos”, em 1988, e “Zé Quinha e Zé Cão, vai ouvindo…”, em 1993. Seu primeiro disco solo de Viola, “Rio Abaixo”, em 1995, recebeu o Prêmio SHARP de Revelação Instrumental. Escreve o livro “Eu Nasci Naquela Serra”, biografia dos compositores paulistas Angelino de Oliveira, Raul Torres e Serrinha, em 1996, narrando a vida destes grandes compositores (autores de “Tristezas do Jeca”, “Saudades de Matão”, “Cabocla Tereza”, “Chitãozinho e Xororó”, entre outras), em que conta a história da música caipira, até a transformação desta no gênero sertanejo.
Lançou o CD solo “São Gonçalo”, em 1998. Participa da série “Violeiros do Brasil”, televisionada pela TV Cultura e lançada em CD pelo selo Núcleo Contemporâneo. Entrou para o grupo ANIMA, e lançou o CD “Especiarias”, que recebe o Prêmio Carlos Gomes, melhor grupo de câmera em 2000. Gravou uma versão da música Boi da Cara Preta para o selo americano Ellipsis Arts, na coletânea Papa’s Lullaby, lançado por esta gravadora em junho de 2001, recebendo o Prêmio Silver Parents Choice – EUA.
SERVIÇO:
VIOLA ROSA E SERTÃO
Data e horário: 16 de agosto, às 20 horas
Local: Casarão Cultural Pau Preto – R. Pedro Gonçalves, 477 – Centro, Indaiatuba – SP
Entrada gratuita
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