
O falecimento do Papa Francisco, ocorrido na última segunda-feira (21), segue impactando todo o mundo. Nesta semana, o Periscópio ouviu pessoas que estiveram presentes na Jornada Mundial da Juventude (JMJ) de 2013, que ocorreu entre 23 e 28 de julho, no Rio de Janeiro (RJ), que marcou o primeiro encontro do então novo papa com a juventude católica e também o primeiro evento internacional do seu pontificado.
O jornalista e ator ituano Jean Pino na época foi à JMJ integrando o grupo de jovens do SAV-Itu (Serviço de Animação Vocacional de Itu). Ao todo, 50 jovens do SAV foram ao histórico evento. Jean recorda que a ida só foi possível, graças a realização de festivais de prêmio, rifas e doações. “Conseguimos pegar quatro apartamentos em Copacabana, fomos de ônibus e ninguém precisou tirar um centavo do bolso. Conseguimos arrecadar R$ 30 mil e conseguimos custear as despesas do apartamento e o kit peregrino”.
Segundo ele, foi uma experiência única e incrível. “Meu grupo teve sorte, pois pegamos quatro apartamentos em Copacabana e a vigília iria ser em um lugar longe, mas aí choveu e acabou que todo o evento ficou em Copacabana. Pra gente foi um sonho, foi um sucesso”, diz o ator.
“Conhecemos jovens do mundo inteiro. Pudemos trocar camisetas e terços com pessoas da França, do México, Chile, trocamos muitas bandeiras e até hoje temos guardado lá no SAV. Foram dias incríveis de muito aprendizado e muita oração. Foi aquele mar de gente em Copacabana”, destaca.
Sobre a oportunidade de poder ver o Papa Francisco de perto, Jean se emociona ao falar. “A gente sentado na praia em absoluto silêncio na vigília e aquela presença do Papa. Quando ele chegou fizeram um cordão, foi um momento muito lindo, tinha muita gente chorando. Ele foi um papa tão incrível que soube unir todos os povos e fazer essa movimentação”, conta.

Ele afirma que o momento ficará em sua cabeça para sempre. “Não tinha como não estarmos presentes. O Papa Francisco sempre falou dos jovens, ele foi um papa que olhou muito para a juventude. Ter visto ele, escutado, estar na presença dele, foi incrível. Ele era muito carismático. Ele quebrava as barreiras. Era um papa jovem e descolado”, reforça o jornalista.
Jean ainda aproveitou para dizer o que espera do próximo pontífice. “Espero que os outros que virão também tenham esse olhar para a juventude, pois muitas vezes ela é deixada de lado, é esquecida e é a juventude que move a igreja hoje em dia, fazendo acontecer, fazendo retiros, se modernizando, mas sem um apoio maior de um papa, dos padres, das grandes igrejas isso não vai acontecer”.
A ituana e artesã Karla Cristiane Messias Gomes também esteve na JMJ 2013 e relata que a experiência foi “uma mistura de sentimentos”. “Conhecer uma cidade que eu não conhecia, ter sido acolhida por uma família maravilhosa e por uma paróquia inteira, andar de metrô pela primeira vez (risos), estar no meio de todas aquelas pessoas de todos os lugares do mundo, foi muito emocionante”.
Karla ficou uma semana no Rio de Janeiro e relata como conseguiu ficar próxima do papa. “Dormi na praia de Copacabana e no domingo fiquei naquelas grades de apoio que colocaram na praia, formando o corredor por onde o papa passou. Foi maravilhoso ver o Papa Francisco com aquele sorriso acolhedor e acenando pra nós ali tão pertinho. Foram várias emoções, eu sorri, eu me emocionei, eu senti uma paz tão grande e ao mesmo tempo uma explosão de felicidade”, prossegue a artesã.
“Eu não sabia se tirava foto, se eu filmava ou se simplesmente não fazia nada e só ficava ali vendo o Papa Francisco passar pois não queria perder nem um segundo, pra mim foi sem dúvidas uma experiência única de renovação e Fé”, destaca Karla.
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