Diocese lamentou que alguns padres utilizem as celebrações para defender candidato
Está marcada para acontecer no próximo dia 29 de outubro, uma noite de oração e clamor pelo Brasil na igreja do Bom Jesus, no centro de Itu. A iniciativa, por parte da Paróquia Nossa Senhora da Candelária, tem gerado discussões na cidade, pois alguns moradores acreditam que a oração faz parte de um ato político. Já outros apoiam a iniciativa.
Na postagem muitos internautas comentaram dizendo que esperam que o ato realmente seja religioso e não campanha política como tem ocorrido. “Vamos rezar pelo Brasil sem fazer campanha para um lado ou o outro, igual o vigário fez no Bom Jesus, sábado antes do primeiro turno”, disse um dos seguidores.
Outra moradora comentou que ficou horrorizada, na missa na igreja São Cristóvão. “Claramente o padre fez campanha para quem prega justamente o contrário do que Jesus nos ensinou. Triste, depois do que aconteceu em Aparecida, ainda ter esse tipo de pensamento aqui na nossa cidade”, lamenta.
Outros comentários apoiam a iniciativa dizendo “Briguem menos e Rezem mais” e “Abençoe Senhor a nossa Nação”.
A professora Rita Cristina Gavioli é contrária à utilização do espaço religioso para campanha política. “Fazendo uso das funções moral e social devem sempre pregar a paz, o amor, a fraternidade, a caridade, o perdão, a união, o respeito à vida e à diversidade (cultural, religiosa, sexual, entre outras), repudiando qualquer forma de discriminação, racismo, xenofia, apologia ao ódio e ao crime. Não lhes cabem indicar esse ou aquele candidato”.
Posição partidária
Em entrevista ao Jornal de Itu, o porta-voz da Diocese de Jundiaí, Pe. Adriano Zuculin disse que a Oração pelo Brasil é um ato religioso isolado, mas entende ser necessário nesse momento. “Será um ato pedindo pelo Brasil, portanto não haverá nessa celebração nenhuma posição partidária, e sim apaziguar os ânimos através das palavras de Deus”.
Disse ainda que as igrejas católicas não têm nenhuma opção partidária e que a Diocese segue as diretrizes e orientações da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e lamenta a forma como os candidatos estão “usando” a religião para conseguir votos, assim como alguns padres que fazem política durante a missa.
“É com muita tristeza que vejo alguns padres utilizando as celebrações para defender candidato. Isso não é papel das nossas celebrações. A missa é para proclamar e pregar a palavra de Deus. Temos que levar Jesus Cristo a vida das pessoas”, enfatiza.
E completa dizendo que é necessário observar as propostas de cada candidato. “Vote consciente e escolha aquele que esteja de acordo com a doutrina da vida da igreja. E claro, que também apresente políticas públicas para que as pessoas tenham os meios para sobreviver com segurança, saúde e educação”.
Em entrevista ao Jornal de Itu, o Pároco Francisco Carlos, responsável pela Paróquia Nossa Senhora da Candelária disse que a oração acontecerá após a missa. “Não tomamos partidos políticos de ninguém. Nós iremos rezar pelo Brasil, pela nossa pátria, pela nossa democracia”, enfatiza. “Somos igrejas, somos livres democraticamente e rezaremos pela pátria”, finaliza.
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Publicado em October 24, 2022.
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