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Mostra em Itu celebra a poesia visual do varvito

Da esquerda para a direita: Marco Gonçalves, Ana Cris Rosa, Morgana Ribeiro e João Bernardi (Foto: Divulgação)

O varvito, rocha sedimentar que tem presença marcante na paisagem urbana de Itu, especialmente em seu centro histórico, é tema de uma exposição de arte contemporânea que abre neste sábado (22), a partir das 15h, na Matiz Ateliê Visual. Denominada “Varvito: prospecções poéticas”, a exposição reúne trabalhos de Marco Gonçalves, Ana Cris Rosa e Morgana Ribeiro, ao mesmo tempo em que presta homenagem ao ituano João Bernardi, artista que produziu mais de quatro mil esculturas utilizando essa rocha.

“Desde que cheguei à cidade, há quatro anos, as calçadas de varvito me chamaram muito a atenção por conta dos desenhos naturais presentes em sua superfície. Parecia que algum artista havia esculpido aquilo de tão bonito”, explica Marco Gonçalves, que concebeu a exposição há um ano. “Moramos bem próximo da pedreira onde a rocha foi explorada e comecei a estudar o tema. Descobri que viajantes famosos, como o francês Hercule Florence, que visitou Itu na década de 1820, também notaram sua presença”. Aos poucos, ele e Ana Cris Rosa, artista com quem divide o ateliê, passaram a usar fragmentos de varvito como objetos para trabalhos artísticos.

Marco Gonçalves conta que, nessa pesquisa, acabou encontrando dois artistas ituanos que tinham o mesmo interesse pelo varvito. “Descobri que a arte-educadora Morgana Ribeiro vinha fazendo frotagens em calçadas do Becão, a passagem Marcos Steiner, ali no centro. Nesse trabalho, vemos muitos rastros de icnofósseis, pequenos invertebrados que caminharam há milhões de anos pelos sedimentos da rocha ainda em formação”, explica ele.    

O outro encontro foi com o artista plástico ituano João Bernardi, que explorou a plasticidade do varvito entre 1996 e 2005. “Já conhecíamos o João por conta de suas aquarelas, que fazem sucesso na cidade, um herdeiro do Miguelzinho Dutra, podemos dizer. Aí, descobri que ele produziu milhares de esculturas em varvito”. Como suas peças estão em coleções particulares, a exposição reúne um conjunto de fotografias dessas obras, montadas ao lado de um depoimento sobre sua experiência com a rocha, colhido por Marco Gonçalves em abril de 2024. “É uma justa homenagem a esse artista local”.

Matiz Ateliê Visual fica localizada na Rua Padre Bartolomeu Tadei, 47, Centro. As visitas acontecem somente aos sábados, até 26 de abril, das 11h às 17h. A entrada é franca.

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