Justiça julga rapaz que confessou assassinato da ex-namorada em Votorantim

Começou às 13h desta quinta-feira (4) o julgamento do ajudante geral Jackson da Silva dos Santos, de 21 anos, que confessou ter matado a facadas a ex-namorada, Geovanna Crislaine Soares da Silva, de 17 anos, em Votorantim. O crime ocorreu em 2018. Neste momento, o réu é submetido a júri popular, no Fórum Cível e Criminal de Sorocaba. Esta é a terceira tentativa de julgamento de Santos. As duas anteriores, previstas para os dias 19 de março de 2020 e 10 de setembro do mesmo ano, foram suspensas.

Santos aguardava o júri em uma cadeia da região desde dezembro de 2018, quando foi preso.

À época, o caso gerou polêmica. Segundo a Polícia Civil, ele matou a adolescente na noite do dia 27 de outubro de 2018. Na manhã seguinte, confessou o crime, na Delegacia de Votorantim. Porém, na ocasião, não foi imediatamente preso e aguardou, por um tempo, o andamento das investigações em liberdade. O assassino não foi para a prisão porque, no período do fato, ocorriam as eleições presidenciais, e o código eleitoral determina que ninguém pode ser detido, sem ser em flagrante, cinco dias antes e até 48 horas depois do encerramento do pleito. Revoltados com a situação, amigos e familiares da vítima chegaram a organizar um protesto.

O mandado de prisão preventiva contra ele só foi expedido mais de um mês depois, no dia 30 de novembro de 2018. Santos foi capturado dez dias depois, em 10 de dezembro.

O caso

Giovanna foi morta a facadas na noite do dia 27 de outubro, um sábado. O corpo da adolescente foi encontrado na rua Antonio Paes, no bairro Caputera, em Sorocaba. A jovem foi localizada por um segurança que trabalha em uma chácara nas proximidades do local e passava pela área. Ele acionou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), e a equie constatou o óbito.

Segundo o boletim de ocorrência, a vítima estava em posição de decúbito dorsal e tinha ferimentos nas regiões da barriga, tórax e pescoço. Próximo da região, foi achado um veículo Volkswagen Gol com as portas abertas. Dentro do carro, a Polícia Militar encontrou documentos da vítima e de Santos.

Ele se apresentou à polícia na manhã do dia seguinte (domingo, 20), sem advogado, e confessou o crime. À ocasião, o delegado Acácio Aparecido Leite, então titular da Delegacia de Investigações Gerais (DIG), disse que o homem alegou ter matado a ex-namorada por desconfiar dela.

No depoimento, ele relatou ter namorado com Giovanna durante três anos. Dois meses antes do crime, ela teria terminado o relacionamento. Mesmo após o término, o assassino acreditava ser engado pela jovem. O réu teria matado a adolescente após ela se negar a lhe entregar o celular. Para atrair a vítima, o rapaz a buscou no trabalho, sob o pretexto de querer conversar com ela.

O rapaz foi indiciado por homicídio qualificado, na modalidade feminicídio. O caso é investigado pela Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Sorocaba. (Vinicius Camargo) 

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