A ituana Chris Mattei, 29 anos, está lançando seu livro de estreia na Amazon, em formato digital. Trata-se do romance para jovens adultos “A Guarda Real”, que tem 247 páginas e pode ser adquirido por R$ 9,99 através do link amzn.to/3sn2tpi (assinantes do serviço Kindle Unlimited podem ler de graça).
Primeiro livro de uma duologia, “A Guarda Real” promete uma história envolvente, romântica, cheia de sonhos e empecilhos, acompanhando a jornada de Logan Kauffman, que sonha fazer parte da Guarda Real, como seu pai foi um dia. A reportagem do JP entrevistou a escritora, que conta como surgiu o interesse pelo mundo da literatura.
“Eu comecei a me interessar lá pelos onze, doze anos, quando uma professora tentou introduzir leituras nas aulas, mas infelizmente acabou não funcionando. Só que eu lembro que gostei bastante do livro que ela passou para que nós comprássemos, mas infelizmente eu não tinha dinheiro para comprar outros” conta. Chris então começou a frequentar bibliotecas e desenvolver o gosto por escrever. “Quando eu estava lendo ‘O gênio do Crime’ fiquei me perguntando como seria se eu tentasse escrever alguma coisa e foi assim que começou. Obviamente a primeira tentativa foi horrível”.
Chris então começou a compartilhar suas primeiras histórias no Wattpad, plataforma em que qualquer um pode publicar – especialmente “fanfics”, que são histórias de fãs baseadas em obras já consagradas. “Minha primeira história publicada lá se chamava ‘O Trono’ e era como se fosse uma fanfic de ‘A Seleção’ que se passava aqui no Brasil e não era nada boa”, comenta a autora.
Porém, chegou uma hora que o Wattpad não atendia mais as expectativas dos usuários e também de Chris. “Começou a decair o padrão de qualidade deles, tanto que muitas histórias vieram a ser pirateadas. Quando isso começou a acontecer, eu vi várias autoras que eu seguia transferindo suas obras para a Amazon, só que eu não entendia muito bem como isso acontecia. Foi só ano passado que eu fui pesquisar direito para entender as vantagens e desvantagens”, relata.
A autora demorou para publicar o livro, mas o retorno neste início tem sido melhor do que esperava. “Acreditava que apenas meu marido compraria o e-book. Até algumas pessoas que o compraram vieram falar comigo pelas redes sociais sobre o que acharam dele”. Chris conta que então bateu a insegurança, pois sua base de leitores não é muito grande. Além disso, tem que enfrentar outro problema: a pirataria.
“Essa semana muitas autoras que eu conheço descobriram que tiveram suas obras pirateadas, o que já desanima um pouco, pois infelizmente o brasileiro não vem apoiando o autor nacional e tem aquele ar de achar que não vale a pena e que o que vem de fora é melhor”, comenta Chris, que inda não tem pretensão de publicar uma versão física de suas obras.
Inspiração
A ideia para “A Guarda Real” veio de um concurso que Chris participou no Wattpad, realizado por um perfil que gerenciava livros voltados para o tema ‘realeza’. “O tema desse desafio era ‘A Seleção’, livro da autora Kiera Cass, onde consistia escrever um livro onde a ideia base seria uma competição e em algum momento da história deveria aparecer um violino e uma câmera fotográfica, que são dois objetos que apareciam com frequência na história original”, explica.
Logo depois que Chris Mattei leu as regras, veio a ideia de um cadete competindo para ser membro da guarda pessoa de uma princesa. Foi assim que nasceu “A Guarda Real” e ela ganhou o terceiro lugar no concurso. “Como o livro é uma duologia, no momento estou escrevendo a continuação”.
‘Boom’ do gênero
O gênero de ficção para jovens adultos tem cada vez mais atraído os leitores em todo o mundo. Obras como “Crepúsculo” e, mais recentemente, “Bridgerton” têm conquistado legiões de fãs. “Eu sempre penso numa frase que escutei uma vez: ‘escreva aquilo que você gostaria de ter lido quando era adolescente’. E hoje olhando para trás, eu percebo que não existiam muitos livros com essa temática que se passavam aqui no Brasil. O que vem mudando bastante nos últimos anos, quando editoras grande têm aberto um espaço para os autores nacionais, enquanto outras menores têm surgido com a ideia de publicarem apenas nacionais”, relata Chris.
Segundo ela, muitos jovens têm procurado por histórias em que possam se identificar com o próprio personagem, pois às vezes eles não encontram isso a sua volta. “E nós temos escritores maravilhosos aqui no Brasil que desenvolvem muito bem esse tema. O que tem ajudado bastante é que hoje em dia nós temos formas muito mais fáceis de ter acesso ao livro, como por exemplo as plataformas digitais que publicam gratuitamente e os e-books, que tendem a ser mais barato que o físico”, finaliza.
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