in

FAMA Museu apresenta exposições que questionam racismo e pertencimento

O artista catarinense Sérgio Adriano H, por meio da curadoria de Claudinei Roberto da Silva, traz o projeto Não Consigo Respirar, que procura discutir o racismo que é invisível, trazendo a questão: como estamos nos posicionando no Brasil/Mundo ontem, hoje e amanhã contra o racismo? Já a artista paulista Mônica Nador, junto ao JAMAC (Jardim Miriam Arte Clube), apresenta Aquilo Que Sempre Se Chamou De Arte com o objetivo de desenvolver um acervo de imagens sobre ideias de arte a partir do acervo da Fábrica de Arte Marcos Amaro (FAMA Museu) e do diálogo com o público. As exposições ficam disponíveis no museu.

NÂO CONSIGO RESPIRAR

O projeto Não Consigo Respirar discute sobre o racismo que é visível para negros, índios, pardos e outros grupos vitimados pelo preconceito de etnia e cor de pele. Ao abordar Corpo, Palavra, Fé e Sociedade, procura-se, a partir da arte, evocar aspectos do pensamento e indagações no que se refere à Verdade, Colonialismo, Racismo Estrutural e Descolonialismo. Essas indagações se desdobram em outras questões filosóficas, pois, como pontua o curador, não basta apenas responder, é necessário também dar vazão a diversos outros questionamentos que se desenvolvem sobre o prisma da arte e da vida.

O filósofo Franklin Leopoldo e Silva ressalta que “singularidades raciais e culturais devem ser comparadas, para ressaltar o sentido da diversidade”. Neste postulado, amplia-se o olhar sobre o que é apresentado: racismo, gênero, preconceito e paradigmas, em que o falso é tomado pelo verdadeiro.

“Cada vez mais estamos mais informados, porém com menor ganho de conhecimento, pois não somos educados para formular perguntas, mas sim, para responder perguntas. Portanto, o projeto busca o diálogo com o espectador, a comunidade e os estudantes sobre a igualdade, tornando visível o que está invisível”, diz Claudinei Roberto, reforçando que a exposição é uma analogia ao isolamento da dor do preconceito – dor da dor, um diálogo sobre o ser humano na sociedade, aquilo que não se deseja olhar – a morte social por meio do preconceito. Morte que não é só física, mas moral e diária.

AQUILIO QUE SE SEMPRE SE CHAMOU DE ARTE

Por meio de oficinas de desenho e estêncil, pretende-se estabelecer um dispositivo para diálogos e trocas entre o público do espaço e a vizinhança, gerando um acervo de imagens sobre ideia de arte com pinturas em tecidos.

O desenvolvimento dos ateliês de desenho e estêncil tem também foco na realização de debates sobre arte, diversidade, inclusão, cultura e direito à cidade e memória. A ideia é criar uma série de conversas e oficinas que, por meio da produção artística, possam promover a criação de imagens propositivas para uma reflexão crítica sobre a representação, história, pertencimento e arte. O método de trabalho inclui rodas de conversa, acompanhadas de oficinas de desenhos com os participantes; a produção das máscaras e matrizes de estêncil; o desenho e planejamento do espaço da sala expositiva da Fábrica de Arte Marcos Amaro e, em seguida, as experimentações de pintura em tecido.

SOBRE SÉRGIO ADRIANO H.

Artista visual, performer e pesquisador. Vive e produz em Joinville e São Paulo. Formado em artes visuais e mestre em filosofia. Selecionado em 2014 como um dos 30 artistas mais influentes de Santa Catarina – tendo sua biografia incluída no livro Construtores das Artes Visuais: Cinco Séculos de Artes em Santa Catarina.

Contabiliza mais de cem exposições, tendo sido premiado com os seguintes destaques: Prêmio de Reconhecimento por Trajetória Cultural Aldir Blanc SC, 2020; Edital Elisabete Anderle de Estímulo à Cultura do Estado de Santa Catarina 2020, 2019, 2017 e 2014; Medalha Victor Meirelles – Personalidade Artes Visuais 2018, concedida pela Academia Catarinense de Letras e Artes (Acla); Aliança Francesa de Arte Contemporânea 2018; 3° Salão das Artes, Mogi das Cruzes (SP), 2016; 10° Salão Nacional Elke Hering, Blumenau (SC) 2012; 10° Salão Nacional de Arte (Itajaí SC), 2005.

Além disso, Sérgio Adriano é autor dos livros: Antípodas – Diverso e Reverso, Bienal de Curitiba, 2017; Construtores das Artes Visuais: Cinco Séculos de Artes em Santa Catarina, 2014; Rumos – Convite à Viagem – Itaú Cultural, 2013; Fragmentos Urbanos – Udesc, 2013

SOBRE MÔNICA NADOR

Mônica Nador é artista plástica, formada em artes plásticas pela Fundação Armando Álvares Penteado – FAAP, em São Paulo, em 1983. Seu trabalho mais antigo data da década de 1980. Obteve o título de mestre pela ECA/USP por seu trabalho “Paredes Pinturas”, sob a supervisão de Regina Silveira. Em 2003, Mônica Nador fundou o Jardim Miriam Arte Clube (JAMAC), no bairro Jardim Miriam, em São Paulo, onde mora.

As principais exposições de Mônica incluem a Bienal de Arte de São Paulo de 1993; a Bienal de Arte de São Paulo 2006; a Bienal de Havana, em 2000, em Cuba; a Bienal de Sydney, em 2004, na Austrália; em 2011, “Mônica Nador & Jamac – Autoria Compartilhada”, no Pavilhão das Culturas Brasileiras (São Paulo, Brasil); a Bienal de Guangzhou 2012, na Coréia; em 2015, “Mônica Nador + Jamac + Paço Comunidade”, no Paço das Artes (SP) e na Bienal de Lubumbashi (Congo); em 2018, “Namblá Xokleng”, no Museu de Arte de Santa Catarina (Florianópolis, Brasil); em 2019, na osloBiennalen (Noruega) com o trabalho “Another Grammar for Oslo” e no Brasil na 21ª Bienal de Arte Contemporânea Sesc_Videobrasil e na Pinacoteca do Estado de São Paulo, na coletiva “Somos Muit+s”.

Em 2011, Mônica recebeu o Prêmio Governador do Estado para a Cultura e, em 2018, o Prêmio Montblanc de Patrocínio das Artes, devido ao seu trabalho na JAMAC

FAMA MUSEU

Situada em Itu, a 100 km da capital paulista, a Fábrica de Arte Marcos Amaro – FAMA Museu – está localizada em uma área de 25 mil metros quadrados, onde, no século 20, funcionou a Fábrica São Pedro, importante polo da indústria têxtil, com relevância histórica e cultural para a região.

Inaugurado em 2018, o Museu abriga ateliês, salas expositivas e áreas ao ar livre para a realização de performances, residências artísticas, exposições individuais e coletivas, com o objetivo de incentivar a criação artística contemporânea, investigar os caminhos da arte e possibilitar ao público o acesso ao acervo do colecionador e artista Marcos Amaro.

A coleção reúne mais de 2 mil obras entre pinturas, desenhos, gravuras, esculturas e instalações de nomes como Tarsila do Amaral, Nelson Leirner, Hélio Oiticica, Leda Catunda, Cildo Meireles, Tunga e Aleijadinho.

Com a proposta de oferecer à cidade um projeto de impacto significativo na cultura local, na sua dimensão simbólica, cidadã e econômica, além de fomentar o turismo de experiência na região, o Museu inaugurou em julho de 2019 a primeira galeria de arte a céu aberto da cidade, o Parque Escultórico Linear. Obras de grandes nomes da arte contemporânea estão dispostas ao longo da Avenida Galileu Bicudo, importante via da cidade.

Em novembro de 2019, foi inaugurado em Mairinque, também no interior de São Paulo, a FAMA Campo, extensão da FAMA Museu. O espaço surgiu como um novo conceito entre a natureza, o tempo e as transformações inevitáveis dessa relação. Com exposições a céu aberto, a FAMA Campo é um lugar onde os artistas podem experimentar o conflito de suas técnicas e materiais utilizados dentro da imprevisibilidade da natureza.

Serviço:

OBS* O FAMA MUSEU ESTARÁ FECHADO DO DIA 20 DE DEZEMBRO ATÉ 5 DE JANEIRO DE 2022

Abertura: 11 de dezembro, das 11h às 17h

Onde: FAMA Museu – R. Padre Bartolomeu Tadei, 09, Vila São Francisco, Itu – SP

Agendamento: site ou telefone (11) 4022-4828

Entrada gratuita e classificação livre

O post FAMA Museu apresenta exposições que questionam racismo e pertencimento apareceu primeiro em Jornal de Itu.

TV Q. C. Lê! Adeus

Os privilegiados com a água do Cerrado baiano