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Exposição em Itu destaca o azul profundo da cianotipia

Impressões em cianotipia, que utiliza sais de ferro diluídos em água (Foto: Marco Gonçalves/Divulgação)

Cianotipia, um processo fotográfico criado na primeira metade do século XIX, é o tema da exposição “Sobre o Azul do Sol”, aberta no último sábado (26), na Matiz Ateliê Visual. A exposição reúne trabalhos de Ana Cris Rosa, Bruna Fiamenghi e Helena Whitelock, residentes em Itu, e de Karen Caetano e Felipe Ferrara, de São Paulo. A curadoria coube a Marco Gonçalves, artista visual e gestor do espaço onde ocorre o evento, que também apresenta alguns trabalhos com essa técnica.

A cianotipia é um dos vários processos de impressão fotográfica inventados no século XIX. Foi um cientista britânico, John Frederick Herschel, que o criou em 1842, quando buscava um método para fazer cópias de suas fotografias de corpos celestes – Herschel era sobretudo astrônomo. O processo combina sais de ferro diluídos em água que, quando levados ao sol, resultam em imagens de um azul intenso.

Marco Gonçalves conta que as pessoas que passam por suas oficinas sempre ficam surpresas com as transições cromáticas do processo. “Quando você aplica a solução com os sais de ferro diluídos em água, o papel fica amarelo. Quando o papel vai ao sol, gradualmente se torna cinza. É somente na lavagem final, em água corrente, que o azul próprio da cianotipia se impõe”.

Exatamente por conta desse azul intenso, o processo acabou sendo menos utilizado que vários outros criados à época. Porém, nas últimas três décadas, tem sido crescentemente adotado por artistas e fotógrafos interessados em métodos analógicos. “Na última Bienal de São Paulo, havia uma grande sala com instalações impressas em cianotipia”, relata Marco Gonçalves. 

O azul da impressão final pode, no entanto, ser alterado por meio de sua infusão em uma solução que contenha tanino, como o chá verde, o café e o vinho. “Esse processo de conversão do azul em outra cor se chama tonalização e, dependendo do tempo que a impressão ficar imersa e da quantidade de tanino presente na mistura, pode se tornar marrom ou cinza”, explica o curador da exposição.   

“Sobre o Azul do Sol” é a oitava exposição que Matiz Ateliê Visual, um espaço dedicado às artes visuais aberto em maio de 2023, exibe na cidade. “Nossa proposta é promover a ideia de arte contemporânea, ampliando a percepção do público de que a ideia de arte vai muito além da pintura e da escultura convencionais”, explica Marco Gonçalves. A exposição pode ser visitada sempre aos sábados, das 10h às 16h, até o dia 23 de novembro. A entrada é gratuita. Matiz Ateliê Visual fica localizada na Rua Padre Bartolomeu Tadei, 49, salas 4 e 6, Centro, Itu (ao lado do Confrades Bar).

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