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Espaço Acadil | Esse Pássaro…

Na cerca de arame, cantor,
Com aqueles ares de sabichão,
Esticava-se todo no assobiar
Atrevido, cismarento olhar,
Como galante fofoqueiro:
Bem-te-vi! Bem-te-vi! Bem-te-vi!…
Assustada, encolhia-se, trêmula, menina.
-Então, ele viu? Viu mesmo
As artimanhas da pequena infante?

À tarde, debruçada no balaústre,
Ouve, donzela, juras de amor,
Promessas… furtivos beijos…
Emplumado, arfando peito amarelo,
Nos galhos da florida primavera,
Trina, malicioso, seu canto:
Te-vi! Te-vi! Te-vi!

Então, ele viu? Viu mesmo
Os arroubos daquele amor primeiro?
Desmaiando o sol sua áurea luz
Lá no infinito azul do horizonte,
Ranger faz no alpendre velha cadeira,
Silente companheira da solitária
De braços cabelos, rugas sulcando
Dorido rosto, mãos trêmulas tecendo
Lembranças da infância, da adolescência.
Ah, amores perdidos!… delícias vividas!…
Vi! Vi! Vi!
– Ah, então ele viu? Viu mesmo
A velha senhora deixar assim a vida?

Durce Gonçalves Sanches
Cadeira Nº 14 I Patrono Guilherme de Almeida

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