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Diabetes: prevenção, cuidado e tratamento

Nesta sexta-feira (14) foi celebrado o Dia Mundial do Diabetes, data criada em 1991 pela Federação Internacional de Diabetes (IDF) e pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para reforçar a conscientização a respeito da doença, principalmente para evidenciar a importância da prevenção. 

De acordo com a médica endocrinologista, cooperada da Unimed Salto/Itu, Dra. Bruna Duarte Berdun Silva, o diabetes mellitus é uma doença crônica caracterizada pelo aumento dos níveis de glicose (açúcar) no sangue. Esse desequilíbrio pode ocorrer porque o pâncreas não produz insulina suficiente ou devido a uma resistência à ação da insulina nas células, o que faz com que o nível de açúcar no sangue fique elevado. “Com o tempo, a glicose alta pode causar danos em órgãos como olhos, rins, coração, nervos e vasos sanguíneos”, destaca a especialista. 

Dra. Bruna Duarte Berdun Silva é médica endocrinologista (Foto: Divulgação)

Os tipos de diabetes são: tipo 1, que ocorre geralmente em jovens; o corpo deixa de produzir insulina; diabetes tipo 2, o tipo mais comum e está relacionado à resistência à insulina, além de fatores como excesso de peso, sedentarismo e predisposição genética; e diabetes gestacional, que aparece durante a gravidez e requer atenção especial, pois aumenta o risco de complicações para mãe e bebê.

Prevenção

De acordo com a Dra. Bruna, é possível reduzir significativamente o risco com hábitos saudáveis, como praticar exercícios físicos regularmente, no mínimo 150 minutos semanais (equivalente a 30 minutos por dia, cinco vezes por semana); alimentar-se de forma saudável, consumindo diariamente verduras, legumes, frutas e alimentos ricos em fibras,vitaminas e minerais; incluir gorduras boas na dieta, como abacate, peixes e sementes (chia, linhaça), que ajudam a equilibrar os níveis de açúcar e insulina.

“Evitar o consumo excessivo de alimentos ricos em carboidratos refinados e ultraprocessados, como farinha branca, doces e refrigerantes; manter um peso saudável, pois o excesso de gordura, especialmente na região abdominal, pode causar resistência à insulina; moderar o consumo de álcool e evitar o tabagismo; e fazer check-ups anuais, pois a diabetes é uma doença silenciosa. Muitas pessoas convivem com a condição sem apresentar sintomas”, destaca a endocrinologista.

Dra. Bruna explica que o rastreamento é recomendado para todas as pessoas com 35 anos ou mais, e também para adultos com sobrepeso ou obesidade que tenham ao menos um dos seguintes fatores de risco: histórico familiar de diabetes em parente de primeiro grau, doença cardiovascular, pressão alta, colesterol HDL abaixo de 35 mg/dL, triglicerídeos acima de 250 mg/dL, Síndrome dos Ovários Policísticos, Acantose nigricans (manchas escuras na pele) e sedentarismo.

Tratamento e riscos

A endocrinologista diz que o tratamento tem como objetivo manter a glicose em níveis adequados e prevenir complicações. As principais medidas incluem mudanças no estilo de vida, como manter uma alimentação equilibrada, prática regular de exercícios e controle do peso corporal; acompanhamento médico e exames regulares para avaliar o controle da doença, rastreio de complicações e ajustar o tratamento medicamentoso quando necessário; e uso correto dos medicamentos (orais ou injetáveis), conforme a orientação médica.

“Nos últimos anos, foram introduzidas novas classes de medicamentos que revolucionaram o tratamento do diabetes tipo 2, como Ozempic, Rybelsus, Wegovy e Mounjaro, que auxiliam no controle da glicose, promovem perda de peso e trazem benefícios cardiovasculares. A educação em diabetes também é importante, pois compreender a doença é essencial para controlá-la adequadamente”, acrescenta a endocrinologista.

Dra. Bruna comentou ainda sobre os hábitos que podem elevar as chances de desenvolver diabetes. “Alguns comportamentos podem favorecer a resistência à insulina e o ganho de peso corporal, como dieta rica em açúcares e alimentos ultraprocessados (doces, sorvetes, pizzas, massas, pães e refrigerantes); sedentarismo; sono insuficiente ou irregular; tabagismo e consumo excessivo de álcool; e excesso de peso, especialmente gordura abdominal. Esses fatores, somados à predisposição genética, elevam o risco de desenvolver diabete”, complementa.

Convívio

O músico Luiz Marino da Silveira Leite, de 76 anos, mais conhecido como Zinho do Violão, convive com o diabetes tipo 2 há 35 anos e falou à reportagem um pouco sobre a saúde, aproveitando para aconselhar. 

“Ela [diabetes] é hereditária na minha família. Minha irmã morreu devido a diabetes, meu pai também, então a gente tem que se cuidar. É uma doença silenciosa, pega a gente de surpresa e a gente tem que conviver com ela. Tomo os medicamentos, a minha médica é muito legal comigo. Trata muito bem. Estou bem, só não posso fazer extravagância”, diz Zinho.

“O mais importante é que falo para os jovens: evitar comer um monte de coisa agora, para evitar ter diabetes ao longo da vida. Evitar doces, sorvetes, aquilo que a gente sempre gosta na juventude, mas lá na frente pode ocasionar a vinda da diabete”, aconselha o músico, que a cada três meses retorna à sua médica para fazer o acompanhamento. 

“Tenho outros problemas de saúde e a gente vai cuidando. Em 2014, estava com a veia bem entupida e precisei fazer cateterismo e colocaram dois stents no meu coração”, diz Zinho, que teve a visão prejudicada pela diabetes. “Não tenho mais a visão que tinha antes de ter a diabete, mas acompanho no oftalmologista também”.

“Repito: se abusar na juventude, com a idade chegando pode acontecer a diabetes e é ruim. Não é legal ter diabetes”, aconselha.

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