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Dia das Mães impõe grandes desafios aos comerciantes






Dia das Mães impõe grandes desafios aos comerciantes
Lojistas buscam novas formas de minimizar os prejuízos provocados pela paralisação das atividades. Crédito da foto: Fábio Rogério/Arquivo JCS (8/5/2019)

 

Historicamente considerada a segunda melhor data para o comércio, atrás apenas do Natal, o Dia das Mães deste ano está impondo grandes desafios aos lojistas de Sorocaba. A busca é por novas formas de minimizar os prejuízos provocados pela paralisação das atividades durante o período de combate ao novo coronavírus.

Na avaliação de Antonio Luis de Almeida, presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Sorocaba (CDL Sorocaba), devido à quarentena, esta deverá ser a pior data festiva do ano em volume de vendas. Diante de um cenário incerto, ainda não se sabe detalhadamente quando e como será a saída da quarentena no Estado de São Paulo. Almeida afirma que a aposta do setor para reaquecer a economia tem sido o e-commerce. “O que salvará 50% será as vendas do comércio eletrônico, que já começaram”, afirma.

A Associação Comercial de Sorocaba (Acso) diz que ainda é cedo para estimar projeções de faturamento em relação à data do ano passado. Porém, confirma que muitos lojistas, mesmo com as portas fechadas, têm apostado em campanhas e vendas pelas redes sociais, como WhatsApp e Instagram.

O presidente do Sindicato do Comércio Varejista, Fernando Soranz, destaca que no atual cenário, “cautela é a palavra de ordem”. Ele defende que a reabertura gradual do comércio é fundamental para que o setor reinicie a retomada da atividade econômica e a consequente recuperação dos empregos.

Mudar a data

Como forma de tentar contornar os prejuízos para o setor, uma das alternativas propostas pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), entidade sindical que representa nacionalmente cinco milhões de empresas do setor terciário, é o adiamento da comemoração do Dia das Mães para junho, quando a situação econômica deverá estar retornando à normalidade. A sugestão divide opinião de órgãos de representação do comércio local.

Presidente da Acso, Sérgio Reze se declara favorável à mudança de data. Isso porque essa é um dos principais gatilhos para estimular o consumo e movimentar a economia, gerando emprego e aumentando a arrecadação de tributos. “Mãe a gente tem que homenagear todos os dias, mas a data é uma forma de fazer uma agitação no comércio, por isso, a data pode ser mudada”, afirma.

Para Reze, no entanto, a data ideal para celebrar um Dia das Mães tardio seria em agosto. Isso porque o setor precisaria de mais tempo hábil, tanto para organizar os seus estoques e campanhas quanto para ter um panorama mais nítido sobre as medidas de combate à pandemia. “Mudar para junho seria o mesmo que [manter em] maio. A gente ainda está em um cenário muito nebuloso”, afirma.

O presidente da Acso destaca que o Dia dos Pais, por sua vez, também teria de ser adiado para setembro, já que a sobreposição das duas dadas exigirá um gasto dobrado dos consumidores. “Ou, então, só mesmo lembrancinhas.”

Ação inadequada

Já para o Sincomércio, a proposta de mudar a data do Dia das Mães para agosto é considerada inadequada. Fernando Soranz afirma que diante da complexidade do momento e das próprias características das empresas varejistas, faltando apenas uns poucos dias para a data comemorativa de forte apelo emocional, o comércio teria inúmeras dificuldades para reprogramar suas operações de logística, abastecimento e publicidade. “Não seria conveniente do ponto de vista do marketing, dos ajustes no quadro de pessoal e dos compromissos já assumidos com fornecedores”, diz.

Soranz acrescenta que postergar essa importante data de vendas para agosto, após uma crise sem precedentes, seria uma decisão temerária, pois coincidiria com o período em que se comemora o Dia dos Pais. “Ambas as oportunidades de vendas poderiam ser desperdiçadas. Com o desemprego crescente, endividamento e inadimplência das famílias, as perspectivas não seriam favoráveis”.

Antonio Luis de Almeida, da CDL Sorocaba, observa que adiar a comemoração para junho, conforme é a proposta da Confederação Nacional do Comércio, coincidiria com o Dia dos Namorados, que é a terceira data mais importante para o comércio. Uma eventual sobreposição de datas comemorativas tende a resultar em uma queda significativa do ticket médio. “Não sei dizer se é viável”, afirma, citando ainda, que a retomada efetiva das vendas do comércio local dependerá decisivamente de uma melhora no cenário econômico geral. “De qualquer maneira vai depender de muita coisa. Tem situação de desemprego [nos outros setores]. O dinheiro pode estar mais curto no mercado”, assinala. 






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O post “Dia das Mães impõe grandes desafios aos comerciantes” foi publicado em April 26, 2020 e pode ser visto originalmente diretamente na fonte Jornal Cruzeiro do Sul

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