No último domingo (07), no Vaticano, o papa Leão XIV canonizou Carlo Acutis, conhecido agora como o primeiro santo da geração millennial. Com a canonização, ele passa a ser chamado de santo. Para a Igreja Católica, essa classificação significa reconhecer que a pessoa viveu de forma santa e está no céu.
Chamado de padroeiro da internet, São Carlo Acutis conquistou uma legião de devotos e ganhou fama por usar seu talento em computação para evangelizar de forma online. O jovem aprendeu programação para criar sites e divulgar a fé católica. Sua trajetória passou a inspirar especialmente os jovens da Igreja. O agora santo, nascido em 3 de maio de 1991, em Londres, na Inglaterra, faleceu em 13 de outubro de 2006, aos 15 anos de idade, em Milão, na Itália, vítima de leucemia.
Na cidade de Itu, uma igreja localizada no bairro São Luiz já possui uma imagem de São Carlo Acutis. Ao Periscópio, o padre João Renan Paisca Bersan, de 34 anos, pároco da Paróquia de São Luiz Gonzaga, comentou. “O Carlo Acutis é importante para nós por ser esse santo da nossa geração, deste século e por estar muito perto de nós.”
“Às vezes a gente pensa a santidade como algo tão distante, como os santos dos séculos passados, e se vê quase com uma impossibilidade no contexto em que a gente vive se tornar santo. Então, São Carlo Acutis pra nós é dizer que santidade é possível, sim, nos nossos tempos, na nossa realidade é possível ser santo e viver o evangelho.”
Nascido no mesmo mês e ano de São Carlo Acutis, o padre João Renan diz que o santo é inspiração. “Isso me move ainda mais a buscar essa santidade e esse serviço ao evangelho. Para nossa paróquia ele também é importante, porque nossos jovens se afeiçoaram à pessoa de Carlo Acutis e tem se aproximado das suas virtudes, como exemplo a ser seguido pela nossa juventude.”
Integrante do grupo de jovens da Paróquia de São Luiz Gonzaga, Ana Carolina Santana da Silva, de 20 anos, também falou à reportagem. “Desde que conheci o Carlo, ele virou um grande amigo do céu pra mim, porque diferente de santos de outras épocas, como São Francisco de Assis ou São Padre Pio – que, apesar de me inspirarem muito, viveram em contextos totalmente diferentes do meu – Carlo fez as mesmas coisas que eu faço hoje, ele acessava a internet, ele ia à escola, saía com seus amigos, e isso me mostra que é sim possível alcançar a santidade, nos dias de hoje.”
Ana Carolina diz ainda que o santo também é inspiração de missão para ela, porque “como ele evangelizou pela internet, hoje também levo a minha fé para as redes sociais, e sei que o Carlo intercede por essa minha missão”.
“No meu grupo de jovens, o JSLG, nós todos temos uma devoção muito especial ao Carlo, o admiramos e o levamos como um exemplo de vida mesmo. Um dia recebemos de presente uma imagem dele, e foi como uma mensagem dele que nos mostrou que está sempre intercedendo por nós. Para nós, o Carlo não é um santo distante da nossa realidade, mas é um amigo próximo que nos inspira a cada dia”, complementa a devota.
Religiosa ituana esteve na missa de canonização de São Carlo Acutis
Aproximadamente 80 mil pessoas estiveram presentes no domingo (07), na Praça São Pedro, no Vaticano, para acompanhar a canonização de Carlo Acutis. Na mesma cerimônia, o papa Leão XIV também canonizou Pier Giorgio Frassati, um jovem italiano conhecido por ajudar os necessitados e que morreu de poliomielite nos anos 1920. Entre as milhares de pessoas presentes na solenidade, estava a ituana Irmã Érica Cristina Perina. A freira, que mora há aproximadamente oito anos em Roma, na Itália, integra a Congregação das Irmãs Carmelitas Teresianas – ICT e falou sobre a experiência ao JP.
“Uma solene celebração de canonização é sempre um motivo de alegria para a igreja que reconhece mais uma vida doada ao Senhor. Foi uma alegria imensa ver dois jovens, São Pier Giorgio Frassati e São Carlo Acutis, que em pouco tempo viveram uma vida de santidade, de busca de Deus não procurando somente o seu eu, mas Deus, uma vida de serviço ao próximo e também de evangelização por meio da internet.”
“Tive a graça de estar na Praça São Pedro neste dia histórico. Mesmo morando aqui em Roma, não é sempre fácil poder participar, exige também renúncia e sacrifício, pois são muitas pessoas e, neste dia em particular, nós enfrentamos uma fila de mais de duas horas para poder entrar na Praça São Pedro. Ainda no período de verão aqui na Europa com a temperatura acima dos 30 graus, um Sol radiante, mas se supera tudo para vivenciar este momento de alegria, de bênçãos no meio de tantas pessoas, de vários países, mas com um único objetivo: agradecer a Deus pela santidade desses dois novos santos”, relata a religiosa.
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