COP 26: Não há solução para a crise climática sem os povos indígenas

Nesta semana, uma decisão histórica foi tomada na cúpula do clima: o Reino Unido, a Noruega, os Estados Unidos, os Países Baixos e outros 17 doadores privados norte-americanos, criaram um fundo de apoio com US$ 1,7 bilhão, o equivalente a R$ 10 bilhões, para serem usados entre 2021 e 2025 no financiamento e apoio dos povos indígenas e das organizações que compõem a Aliança Global de Comunidades Territoriais (GATC). Entretanto, a GATC criticou o fato de não ter sido incluída em sua formulação e reivindicou um acesso facilitado aos recursos e autonomia para gerenciá-los. Eles também pedem o direito efetivo da posse da terra como solução no combate às mudanças climáticas

O fundo vem do resultado de um entendimento de que é indispensável a colocação dos povos tradicionais no centro do debate e das ações contra as mudanças climáticas. Entre 2000 e 2014, enquanto 19% do território da Amazônia estava desmatado, apenas 2% da área que abriga terras indígenas tinha índices de desmatamento. Além disso, já foi cientificamente comprovado que nessa região, fora das terras indígenas, a temperatura chega a ser de 4ºC a 8ºC maior. Isso porque as terras indígenas da Amazônia transpiram bilhões de toneladas de água por dia, o que garante chuvas e mananciais de águas e permite o armazenamento de bilhões de toneladas de CO², fator importantíssimo no combate à crise climática. A própria ONU, que é quem promove a COP26, já reconheceu que os povos indígenas são os maiores guardiões das florestas e por isso é extremamente importante que o seu modo de vida e seus territórios sejam protegidos.

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.:Roteiro: Carolina Fasolo e Ester Cezar
.:Produção: Ester Cezar
.:Apresentação: Cristian Wariu e Ester Cezar
.:Edição de áudio: Cristian Wariu