in

Consumo de água em Sorocaba está acima da média definida pela ONU

Elton dos Santos e Victor Trujillo foram os responsáveis pela apresentação dos resultados. Crédito da foto: Emídio Marques (5/12/2019)

 

O consumo diário de água por pessoa em Sorocaba está acima da média estipulada pela Organização das Nações Unidas (ONU), que é de 110 litros per capita/dia, segundo pesquisa divulgada pela Universidade de Sorocaba (Uniso) na manhã desta quinta-feira (5).

Os dados apontam que o consumo na cidade é de 157 litros per capita/dia, e que o número também está acima da média nacional de 154 litros per capita/dia, segundo o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (Snis).

A pesquisa, realizada em outubro e novembro deste ano, pelo grupo da pós-graduação lato sensu da Uniso e o Instituto de Pesquisa e Estatísticas de Sorocaba (Ipeso), teve como amostra representativa 476 lares do município e avaliou os hábitos dos moradores.

Os resultados mostram que, do total, 23,5% dos sorocabanos consomem água acima da média, e 20,2% tem seu consumo classificado como “muito acima da média”. Em contrapartida, 34% dos sorocabanos estão na média e 22,3% não a alcançam, se mantendo abaixo.

Segundo o professor Elton dos Santos, coordenador da pós-graduação, o estudo teve como objetivo apresentar informações diferentes das já conhecidas pela população, impactando significativamente na maneira como os moradores de Sorocaba enxergam o desperdício.

“Essa pesquisa serve de orientação e alerta para as pessoas entenderem como se consome e que parâmetros podem ser utilizados para melhorar esses números e consumir menos. Aqui nós apresentamos uma visão diferente sobre o consumo da água, informações inéditas que retratam um comportamento que existe e que as pessoas, muitas vezes, não sabem que está presente”, afirma.

Já o diretor do Ipeso, Victor Trujillo, conta que a intenção é chamar a atenção do poder público e da população para que, daqui um ano, as mesmas questões voltem a ser avaliadas e apontem mudanças. “Esse é um estudo pontual e conclusivo, portanto, não requer uma continuação, mas ele lança algumas diretrizes para a conscientização da população e fará muito sentido se, daqui a um ano, uma nova pesquisa avalie o ‘antes e depois’ do estudo”, diz.

“O objetivo de disponibilizar a pesquisa é que ela traga consequências positivas. Que as agências, o governo e o poder público, em geral, possam se basear nessas diretrizes para nortear as políticas públicas de conscientização da população em tempos de crise hídrica, não somente em Sorocaba”.

Resultados foram apresentados no auditório da Universidade de Sorocaba. Crédito da foto: Emídio Marques (5/12/2019)

Entrevistados não se sentem enquadrados na cultura do desperdício

Segundo Elton e Victor, a população tem consciência sobre a existência do desperdício de água, mas não acredita que se enquadre na condição. Dentre os resultados da pesquisa, foi percebida uma tentativa de economizar água, mas que não gera efetivamente a diminuição no consumo. Conforme a dupla que apresentou os resultados, o problema se dá porque a conta do consumo diário por pessoa não é feito e se leva em conta apenas o número final.

“É o per capita que interessa. Os moradores dos domicílios que têm o consumo acima da média não percebem que estão consumindo mais água do que o razoável, porque esse consumo maior pode ser resultado da soma de todas as tarefas que, isoladamente, podem ser econômicas”, afirma o diretor do Ipeso.

Os resultados apontaram que 69,5% dos sorocabanos não costumam lavar o carro nenhuma vez ao mês, e esse número também surpreende quando se trata de lavar a calçada: 64,1% afirmam que não realizam a tarefa. Já quando se trata de afazeres “comuns”, a consciência sobre o desperdício não está presente e aponta que 48,5% dos entrevistados cozinha arroz e feijão todos os dias, além do que 47,3% passa pano na cozinha os sete dias da semana.

“As pessoas estão totalmente focadas nas tarefas. Por exemplo, não se pode usar mangueira para lavar um cômodo, se usa o pano e depois ele é lavado no tanque, mas esse tanque é tão usado que o consumo acaba sendo muito maior do que deveria, porque não se sabe a noção de consumo relativo, de consumo per capita”, alerta Victor.

O estudo conclui que uma parcela bem grande dos sorocabanos nem sequer sabe qual é o consumo mensal em litros do seu domicílio e que o estereótipo do desperdício, tido como escovar os dentes com a torneira aberta, tomar banhos longos, lavar a calçada, etc, desvia o foco das pessoas do que realmente importa: o consumo relativo de água do domicílio.

Como calcular o consumo?

Para que a diminuição do desperdício de água ocorra é necessário, primeiramente, saber se a quantia gasta pelo domicílio está dentro da média. Para descobrir, é preciso fazer a seguinte conta: o valor total do gasto da residência, informado na conta de água, precisa ser dividido por 30 ou 31 (equivalente aos dias do mês), para que se descubra o valor de gasto diário da casa. Depois, para descobrir o gasto por pessoa, é necessário dividir o resultado pelo número de moradores do local.

Para comparar o resultado com a média divulgada pela pesquisa (de 157 litros diários por pessoa) é necessário que se multiplique o resultado das contas anteriores por 1000, para transformar metros cúbicos em litros. (Nicole Bonentti)

Leia mais  Família busca por mulher que desapareceu após sair do trabalho em Votorantim

O post Consumo de água em Sorocaba está acima da média definida pela ONU apareceu primeiro em Jornal Cruzeiro do Sul.

Homologando o Libre Router no Brasil

Alunos do Recrear dão show no Temec em “Noite Feliz”