
Neste sábado (22), continuando com a campanha “Outubro Rosa”, o Periscópio traz o relato da empresária Flávia Buglia Pavani de 42 anos de idade, que descobriu o câncer de mama, durante uma viagem.
“Estava viajando e entrei no banho com pressa para ir jantar. Estava lavando meu cabelo e minha mão escorregou para a mama e senti um caroço duro e totalmente irregular, não era tipo uma ‘bolinha’, não tinha forma”, explica Flávia, que havia feito mamografia seis meses antes e nenhuma alteração havia sido registrada.
Assustada, a empresária entrou em contato com a mastologista e logo após o retorno da viagem, passou por consulta. “Saí de lá com pedido de exames de mamografia e ultrassom, que foram feitos rapidamente. No resultado da mamografia já veio uma classificação que a chances do nódulo ser um câncer de mama era grande. Retornei ao consultório e foi pedida uma biópsia que realmente confirmou um câncer invasivo”, explana Flávia que não tinha nenhum caso de câncer de mama em sua família.
Após passar pela mastologista, a empresária foi encaminhada ao oncologista, que de acordo com Flávia, achou melhor começar o tratamento pelas quimioterapias para diminuir o tamanho do nódulo e fazer uma cirurgia conservadora, isto é, preservando a mama.
“Lembro bem que iniciei as quimioterapias em 10 de fevereiro e no começo de julho foi a última infusão. Operei em agosto e nessa semana que passou encerrei com as radioterapias. Mas cabe ressaltar que o tratamento em si não terminou porque vou tomar um remédio diário e uma injeção mensal durante cinco anos. Irei realizar também todo o controle pós câncer, acompanhamento médico e exames a casa três meses”, relata Flávia.
Sobre o suporte que tem recebido, a empresária destaca que foi acolhida “por uma equipe médica excelente, profissionais maravilhosos desde médicos, enfermeiras, fisioterapeuta, nutricionista dentre outros. Gostaria de deixar aqui o meu muito obrigado a todos eles. Foram e são fundamentais em todo o momento”.
O apoio da família também foi fundamental. “Eu poderia estar citando aqui todos os que me acolheram e me ajudaram durante esse período, mas prefiro não citar nomes porque posso esquecer de alguém. O apoio dessas pessoas nesse momento é essencial. Você se sente mais confiante para enfrentar o tratamento. Eu tive esse apoio e sou muito grata a isso. Queria deixar uma menção em especial a minha mãe, ela foi a pessoa que me segurou em todos os momentos para eu estar aqui hoje falando com vocês”, enaltece Flávia.
Ainda sobre tratamento e apoio, durante o processo, ocorreu o nascimento de uma bela amizade. “Eu costumo dizer que sabemos o quanto o câncer pode nos tirar, e é uma lista bem comprida, no entanto existem algumas coisas na minha jornada contra o câncer das quais eu nunca desistiria, as amigas que fiz ao longo do caminho e aquelas que estão comigo até hoje”, comenta a empresária.

Flávia, acrescenta. “Conheci uma [amiga] em especial, a Renata [Guarnieri, que teve sua trajetória contada na edição de 8 de outubro]. Hoje viramos grandes amigas e conversamos praticamente o dia inteiro. É muito bom ter alguém do seu lado que entenda perfeitamente o que você está passando. Essa troca de experiências é muito válida. Nós nos ajudamos muito. Quero levar essa amizade para a vida”.
Ao recordar o momento do diagnóstico, Flávia diz que no início foi um choque. “Foi muito difícil passar um diagnóstico desses para a minha família e amigos. O que mais me deixou apreensiva foram meus filhos: Laís de 12 anos e Lucas de 11 anos. Tentar achar a forma correta de passar tudo para eles foi um momento de muita apreensão”
“Eu literalmente perdi o chão. Na hora do diagnóstico parece que estamos recebendo uma sentença de morte. Aos poucos fui me acalmando, um processo que demorou mais de um mês, para eu entender que tudo tem um propósito, que câncer de mama tem cura e que eu precisava acreditar na minha equipe médica e principalmente em mim. Eu precisava me dar essa chance e não desistir”, recorda a empresária.
Flávia aproveita para deixar uma importante mensagem. “Se hoje eu estou aqui, bem e em remissão do câncer de mama foi porque eu sempre fiz o autoexame. Nós, mulheres precisamos fazer o autoexame uma vez por mês. Conheça seu corpo e ao sinal de qualquer mudança procure seu médico de confiança, não atrase seu diagnóstico . Quanto mais cedo você procurar ajuda, melhores são suas chances de cura.”
“O diagnóstico precoce é essencial. Não deixem de fazer seus exames de rotina, uma mamografia anual pode salvar vidas. O câncer de mama não é uma sentença de morte. Existe cura. Portanto procure ajuda no primeiro sinal de algo diferente em suas mamas”, conclui Flávia.
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