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Como cada religião vivencia o tempo da Quaresma?

Padre, pastor e outros dirigentes espirituais explicam como se vê o período

A quaresma é o período de quarenta dias que começa após o Carnaval, na Quarta-Feira de Cinzas. Para os católicos, o período é cheio de simbolismo especiais.

“As cinzas da missa são dos ramos de Domingo de Ramos, que são queimadas, e representam: do pó viemos e para o pó voltaremos”, explica o padre Ton Ferreira, da Paróquia Nossa Senhora Aparecida (foto em destaque).

Além disso, católicos devem seguir três premissas: jejum, esmola e oração. “O jejum deve ser feito às quartas e sextas, de forma parcial ou total; assim como não comer carne vermelha nesses dias da semana; um tempo para praticar a caridade, ajudar aos necessitados. Aproveito para convidar as pessoas a nos ajudarem: temos nas quintas e sextas-feiras a preparação de refeição para pessoas em situação de rua”, destaca o padre.

Para os evangélicos, o período também é especial. “A quaresma é uma época significativa para todo cristão, haja visto que, a Páscoa é o feriado mais emblemático da nossa fé. Algumas igrejas celebram a quaresma com orações, jejuns ou leitura aplicada de certos livros da bíblia. Outras não dão tanto enfoque, porque o Novo Testamento e a Igreja primitiva de Atos não tinham instituído essa obrigatoriedade. Porém, nosso maior desafio é permitir que disciplinas espirituais transbordem para as outras épocas do ano, de modo que a quaresma não pareça um mero “detox espiritual””, destaca o pastor Rafel Durso, da Igreja DNA.

Espiritismo e umbanda

O espiritismo vê o período de maneira diferente. José Rodrigues, do Centro Espírita Cabaninha de Antonio de Aquino, explica que nada se altera na rotina da Casa. “O Espiritismo não possui rituais, nem dogmas, nem liturgias e tem a sua interpretação própria da Bíblia e dos Evangelhos de Jesus”, explica. Isso se dá, principalmente, pois a Doutrina Espírita interpreta diferentemente os episódios que antecedem a chamada Paixão de Cristo.

 “O período de recolhimento de Jesus ao deserto, para nós, se ocorreu dessa forma, foi uma preparação de Jesus para os momentos mais críticos que ele iria enfrentar. Para o Espiritismo, Jesus não foi tentado, e nem poderia, pois tentar é oferecer alguma coisa que o outro quer e, se o chamado demônio quisesse oferecer a Jesus alguma coisa para tentá-lo, não seria nenhum dos bens da Terra, que Jesus jamais demonstrou desejar. Qualquer outra coisa que pudesse agradar a Jesus, o demônio não tinha e, portanto, não poderia lhe oferecer.”

Para a Yalorixá Helena Vaz dos Santos, do Centro Espírita Pai Xangô, que mistura umbanda e candomblé, explica que nada muda nos trabalhos da casa. “Muitas casas umbandistas adotam esse período como época de fechar o Terreiro, isto teve origem durante o Brasil Colonial, quando os senhores de engenho tendo como base suas crenças na Igreja Apostólica Romana, durante a Quaresma adotaram a prática de cobrir suas imagens e fechar suas igrejas, entrando em introspecção pelo período representativo da caminhada de Jesus pelo deserto”, destaca.

“Fechava-se o Congá com cortinas, cobriam-se as imagens com panos brancos ou roxos, conforme a tradição católica”, recorda. “Porém, este costume já foi abandonado e hoje trabalhamos normalmente neste período”.

O dirigente de um centro de umbanda em Itu, Luis Fernando Zonatti., explica que “a quaresma é um período Cristão, portanto está fora do africanismo de origem da nossa religião. Alguns terreiros prezam por algumas reclusões, mas no nosso não acontece isso.  Não falo em nome da Umbanda, apenas a Tenda de Umbanda Caboclo Gira Mundo, e no nosso caso os trabalhos continuam todos como de costume”.

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Publicado em February 22, 2023.
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