
Muito além da barba branca, do gorro vermelho e do tradicional “ho ho ho”, o Papai Noel que encanta crianças e adultos em Itu carrega histórias de vida, emoção e dedicação. Neste Natal, três homens se destacam ao dar vida ao bom velhinho na cidade, cada um com sua trajetória, mas unidos pelo mesmo propósito: levar alegria, esperança e afeto.
No Plaza Shopping Itu, quem assumiu o trono do Natal foi Renzo Bacchi, de 71 anos – embora, para as crianças, ele goste de brincar dizendo que já passou dos 100. Há quatro anos interpretando o Papai Noel no local, Renzo tem uma relação antiga com o personagem. “Vesti o traje pela primeira vez ainda jovem, com 16 ou 17 anos, na casa de um tio do meu pai”, recorda.
Entre os muitos encontros marcantes, um deles permanece especialmente vivo na memória. No ano passado, ele participou de um momento delicado e emocionante: o encontro adaptado entre o Papai Noel e uma senhora em fase terminal de câncer. A ação, solicitada pela família, emocionou todos que presenciaram o gesto. “Foi um daqueles momentos que mostram o verdadeiro sentido do Natal”, comenta.
Renzo também se surpreende com a sensibilidade das crianças. “Muitas vezes elas não pedem brinquedos, pedem saúde para a família”, relata. Ao final, deixa uma mensagem aos ituanos: “Desejo um Feliz Natal a todos e que 2026 seja um ano próspero, com muita saúde e realizações”.


Felipe Silva, da Yara Produções Artísticas, prova há quatro anos interpreta o Papai Noel em festas, eventos e ações beneficentes (Foto: Arquivo pessoal)
Com apenas 23 anos, o ator e cantor Felipe Silva, da Yara Produções Artísticas, prova que o espírito natalino não tem idade. Há cerca de quatro anos interpretando o Papai Noel em festas, eventos e ações beneficentes, ele vê o trabalho como uma missão. “Interpretar o Papai Noel é trazer esperança e alegria não só para as crianças, mas para toda a família”, afirma.
Felipe destaca a responsabilidade que o papel exige, especialmente em momentos difíceis. Um episódio marcou profundamente sua trajetória: a visita a uma família que sempre recebia o Papai Noel com alegria, mas que naquele ano vivia o luto pela perda do avô. “Minha função não era apenas entregar presentes, era devolver a alegria àquela família. Até hoje, eles têm um lugar especial no meu coração”, conta.
Para ele, a maior recompensa vem nos gestos simples. “Ganhar um sorriso e um abraço de uma criança não tem preço”, diz. E completa: “Que essa chama do Natal nunca se apague dos nossos corações”.

Já no Natal Mágico de Itu, promovido pela Prefeitura, quem veste o traje vermelho é Otávio Luiz Cintra, de 66 anos. Sua história começou de forma despretensiosa, quando foi indicado pela filha, Ana Alice, para interpretar o Papai Noel em ações com crianças carentes no bairro Cidade Nova, no ano retrasado. “Começou como brincadeira e acabou ficando sério”, relembra.
Com barba farta, cabelo branco e, principalmente, amor pelas crianças, Otávio se apaixonou pelo personagem. “Eu adoro ser Papai Noel. Quando você faz com amor, fica bem feito”, afirma. Desde então, já atuou em hotéis, no coreto da cidade e novamente neste ano no evento oficial.
Entre pedidos curiosos e gestos singelos, ele guarda histórias que emocionam. “Teve criança que pediu uma Ferrari e outra que trouxe uma pulseirinha para o Papai Noel”, conta, sorrindo. Um dos momentos mais marcantes foi o encontro com uma família que tinha um menino sem braços e pernas. “Isso faz a gente refletir e pensar mais no próximo”, diz.
Para Otávio, o Natal Mágico já se tornou um marco. “Vai ficar na história da cidade”, afirma. Sua mensagem final é de fé e esperança: “Acima de tudo, acreditar em Deus e no espírito do Natal. Mesmo com dificuldades, a alegria do Natal precisa permanecer”, encerra.
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