Good Boy, Suspense, 2025 | Direção: Ben Leonberg | Classificação indicativa: 12 anos | Duração: 1h13 | Em cartaz nos cinemas
NOTA: ✪✪✪
Eu já escrevi neste espaço mais de uma vez que tenho preferido assistir filmes mais curtos e sem saber praticamente nada sobre a produção por antecipação. Foi assim que encarei “Bom Menino”, suspense em cartaz nos cinemas com duração de apenas 1h13 – o que faz dele um média-metragem, algo inusitado de vermos nos cinemas comerciais do Brasil.
Talvez o destaque recebido tenha sido por dois motivos: trata-se de uma obra de suspense/terror, gênero sempre em alta entre o espectador brasileiro médio, e tem um cachorro como protagonista. Sim, “Bom Menino” é contado através da perspectiva de um cachorro, o adorável Indy. Fiel ao seu tutor Todd, ele o acompanha para a casa de campo da família. A residência pertencia ao avô e tinha a fama de ser assombrada.
Todd ignora os rumores e muda-se com Indy, mas o cachorro começa a enxergar presenças fantasmagóricas e sobrenaturais pelos cantos aparentemente vazios da casa. Quando seu dono passa a sucumbir às forças sombrias que rondam a casa, seu melhor amigo e fiel escudeiro precisará confrontar essas atividades malignas numa tentativa desesperada de proteger seu companheiro humano.
A premissa do filme é muito boa. De fato é impressionante acompanhar um terror de assombração pela ótica canina (os personagens humanos não aparecem de forma nítida, às vezes até desfocados). E o elemento “animal fofinho” pode deixar os mais sensíveis duplamente apreensivos: com os espíritos malignos e pelo destino do cãozinho. (Spoiler: o cachorro não morre no final!)
A execução do filme, porém, vacila. Primeira produção de maior fôlego do diretor Ben Leonberg, a obra tropeça nas evidentes restrições orçamentárias e, apesar da imensa criatividade e de contar com temas tão profundos como o luto e o companheirismo entre tutor e animal de estimação sendo discutidos sob a perspectiva do suspense, fica aquela sensação de que ficou faltando algo. Talvez mais uns vinte minutos de filme ajudariam a contar uma história melhor. Apesar disso, “Bom Menino” oxigena o gênero com novas possibilidades e ainda nos presenteia com uma atuação canina digna de Oscar.
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