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Barbie não é um filme para crianças

O filme da Barbie – a icônica boneca que se tornou padrão de beleza feminino – não é recomendado para crianças. O motivo é que as personagens abusam do humor ácido e o filme traz reflexões sobre equidade de gênero e patriarcado, tópicos que são mais bem compreendidos por públicos adultos.

Recomendo para qualquer homem ou marido, para que eles tenham noção da imensa distância que precisamos diminuir em termos de equidade de gênero.

Aponto três questões sobre o filme:

1) Desigualdade de gênero

No filme, há situações em que a mulher ainda é vista como frágil e dependente dos homens. O filme traz a reflexão sobre o quanto ainda as mulheres são tidas como frágeis, e os homens, como poderosos. O mundo é dos homens,

Apesar dos avanços em questões de gênero, ainda há muito a ser feito… O filme Barbie grita na nossa cara o quanto ainda estamos longe de uma situação de relação igualitária. E isso não tem a ver com feminismo, tem a ver simplesmente com preconceitos enraizados.

2) Sobrecarga invisível

Há um tema bastante sensível: a sobrecarga invisível – as tarefas domésticas e familiares pouco valorizadas que, culturalmente, acabam recaindo sobre as mulheres.

A mulher está cansada e sobrecarregada. O trabalho invisível é dela e ninguém percebe, não existe qualquer tipo de reconhecimento, nem da própria mulher.

A sobrecarga invisível é um dos enredos centrais e o filme acerta ao trazer a questão para os holofotes. As mães e mulheres que trabalham fora ou  não trabalham fora, acumulam as tarefas domésticas e isso ninguém aplaude. E isso cansa muito, suga as nossas energias.

3) Estereótipo feminino

Outra mensagem importante do filme é a criação de expectativas irreais geradas por estereótipos femininos. Desde seu lançamento, há décadas, a boneca Barbie possui atributos de beleza considerados inalcançáveis para muitas meninas – loira, olhos azuis e esbelta – e que estão por trás de um sentimento de inadequação.

Tão prejudicial quanto querer corresponder a um estereótipo é se tornar um, mesmo de forma inconsciente. A Barbie da atriz principal (Margot Robbie) seria a Barbie perfeita, mas foi chamada no filme de estereotipada. E a Barbie estereotipada como perfeita, chora, fica triste, tem pensamentos sobre morte e se culpa por entender que talvez tenha trazido confusão para o universo da Barbielândia. No final das contas, o que  ela desejava mesmo era ser comum…

Stella Azulay é jornalista e educadora parental da Juntos Educação Parental com especialização em Análise de Perfil e Neurociência Comportamental.

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Publicado em July 26, 2023.
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