Aulas na rede municipal de Sorocaba começam sem contratação de cuidadores

A volta às aulas dos alunos da rede municipal de Sorocaba ocorreu nesta quarta-feira (5) nas 165 unidades. Porém, os estudantes que necessitam de auxílio especial devido a condições de saúde não tiveram os cuidadores para acompanhá-los.

O problema ocorreu porque o processo de contratação dos profissionais não foi finalizado no prazo necessário. Consequentemente, 367 crianças e adolescentes ficaram desassistidos.

A Secretaria de Educação informou já ter finalizado o certame e que o problema ocorreu devido aos pedidos de impugnação entre as empresas participantes da licitação. Até terça-feira (11), de acordo com a pasta, todas as unidades de ensino terão os cuidadores atuando.

Conforme a Sedu, foram contratados 206 cuidadores, sendo 25 novos profissionais. No ano passado, a rede municipal contava com 181 contratados e a nova empresa que assumiu o serviço, a Associação Educacional da Juventude (ASSEJ), se comprometeu a recontratar os mesmos profissionais para manter o vínculo que eles já tinham com as crianças.

Para atender a demanda, o número de funcionários foi ampliado. No sábado (8), todos devem passar por treinamento no Centro de Referência de Educação (CRE).

De acordo com a Sedu, o atraso no processo de contratação da empresa ocorreu pela burocracia. A pasta negou que tenha iniciado o certame sem tempo hábil para a contratação.

No Facebook da Prefeitura de Sorocaba, a mesma alegou, em resposta aos pais que reclamavam da situação, que o processo de contratação dos cuidadores foi iniciado no dia 4 de janeiro, “logo após a questão da verba estar na Lei Orçamentária Anual (LOA), e não poderia ter sido feito antes, por este mesmo motivo”.

‘Todo ano a mesma coisa’

Para as mães de crianças com necessidades especiais, a situação é prejudicial. Em comunicado da Sedu sobre a falta de cuidadores, a solução apresentada pela pasta era para que os próprios responsáveis ficassem acompanhando os alunos e atuando como cuidadores.

“Todo começo de ano é assim, nunca tem cuidador, e quando vai, não fica duas semanas e troca. Infelizmente, dependemos da boa vontade da Prefeitura”, reclamoa Patricia dos Santos Corrêa, 43, dona de casa e mãe de uma adolescente de 13 anos, matriculada na 8º série da escola E.M Dr. Achilles de Almeida, na Vila Hortência.

Segundo Patrícia, por conta da falta de cuidador, a filha não irá à escola até que o problema seja sanado. “A escola disse que se eu quisesse que ela fosse, teria que ficar junto para fazer as funções da cuidadora”, disse a mãe da menina, que não possui coordenação motora e precisa de auxílio para ir ao banheiro, escrever e se alimentar.

A palestrante e estudante de pedagogia Gabriela Pereira dos Santos, 32, conta que esteve nesta manhã na unidade Professora Eva Apparecida João de Freitas, no bairro Altos do Ipanema. Ela contou que o filho, de quatro anos, matriculado na terceira série da educação infantil, necessita de cuidado integral. Por isso, ela e o marido irão se revezar para manter o menino na escola mesmo sem cuidador. “Eu entendo que não é culpa da escola, mas é um direito do meu filho frequentar”, afirma.

Para Gabriela, a solução mais efetiva, que evitaria o mesmo problema todos os anos, é que fosse aberto um concurso para contratação dos cuidadores. (Larissa Pessoa)

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