
Em Itu, o artista plástico e designer Gabriel Bod, formado em Design de Interiores e Mobiliário e atuante há mais de dez anos, vive uma fase especial em sua trajetória. Conhecido por mesclar elementos de Pop Art, Street Art, cartoons e HQs, o artista tem se dedicado recentemente a produzir obras relacionadas ao universo da Fórmula 1 – temática que, embora tenha surgido ainda na infância, ganhou novo impulso recentemente.
Desde pequeno, Gabriel se encantava com o tricampeão mundial Ayrton Senna, morto em 1994. Nascido em 1991, Bod não chegou a ver o piloto correr, mas cresceu cercado por revistas e materiais impressos que seu pai, dono de uma banca de jornais, recebia.
A curiosidade o levou a conhecer a história do tricampeão e, naturalmente, a transformar esse fascínio em arte. “Comecei a fazer algumas obras relacionadas ao Senna e o pessoal gostou bastante. Depois, passei a pintar outros pilotos, capacetes e temas que combinam com meu estilo”, conta. Essa aproximação com o automobilismo rendeu frutos importantes.
Em novembro, o artista produziu duas obras que chegaram até a equipe Red Bull Racing: uma feita para o mecânico Luke Heath e outra dedicada ao tetracampeão Max Verstappen. O contato ocorreu por meio de seu amigo, o também artista Wellington “Turbo”, conhecido no meio automotivo, que intermediou a conversa entre o artista e o mecânico da escuderia.
As pinturas foram entregues em um hotel, na capital paulista, onde a equipe estava hospedada durante o fim de semana do GP de São Paulo de Fórmula 1 [que ocorreu em 9 de novembro], que Gabriel acompanhou de perto. “Foi uma experiência muito legal. O pessoal do automobilismo gosta bastante dessa questão estética, é um público que valoriza arte”, afirma.
Além do reconhecimento, Gabriel ganhou um presente especial: um boné autografado por Verstappen. A visita aos boxes e um encontro presencial com Max quase aconteceu, mas acabou não se concretizando – o que não diminuiu o impacto da vivência. Agora, o artista afirma estar motivado a expandir ainda mais sua produção ligada à F1: “Estou voltando a me interessar muito pelo tema. Quero criar novos trabalhos inspirados em outros pilotos”.
O ateliê de Gabriel, situado em Itu, foi idealizado para refletir seu universo criativo, é descrito por Gabriel como um espaço “super carregado, nostálgico e aparentemente aleatório”, onde cada elemento, material e ferramenta contribui para dar vida às obras. O artista busca transmitir uma “aleatoriedade que ao fim se encaixa”, traduzindo significados diferentes a partir da observação das pessoas e do cotidiano.
Misturando técnicas diversas e materiais variados, Gabriel cria peças que carregam mensagens e convidam o público a decifrar elementos do imaginário popular presentes em suas composições. “A arte, para mim, é também uma forma de resolver enigmas e explorar sensações. Muitas vezes, o observador alcança lugares dentro de si a partir dessa experiência”, explica.
O ateliê de Gabriel Bod está situado no Centro Cultural Fábrica São Pedro (Rua Padre Bartolomeu Taddei, 9, no Centro de Itu) e pode ser visitado gratuitamente aos sábados e domingos, das 11 às 17h.
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