in

Após não ter apoio da Prefeitura, presidente de ONG tenta salvar Orquestra da cidade

Na terça-feira, 31,  Myriam Benayon saiu de casa decidida a buscar um auxílio para não ter que parar, após 20 anos, de oferecer aulas de música gratuita para crianças carentes do município através da Ong que administra, a Assatemec (Associação Amigos do Teatro e Escola de Música Eleazar de Carvalho).

Na bolsa levou um projeto de parceria público privada. “Copiei o que a OSESP tem com o Governo do Estado”, confessa. Entrou no prédio da Prefeitura. Seu destino era a Secretaria de Cultura, mas a secretária e a diretora da pasta estavam, Maitê e Sabrina, em reunião.

Aos 83 anos, com a resignação e força do povo judeu que carrega nas veias, vinda do pai que fugiu da Polônia e encontrou no Brasil o campo fértil para prosperar, ela pegou o elevador para o andar aonde os grandes acordos são assinados: o gabinete do prefeito. “Sei que ele gosta de Vivaldi, quem mais poderá tocá-lo senão os nossos alunos?”

Confiante no gosto culto de Guilherme Gazzola, e também em sua boa vontade – ele doou durante 18 meses parte do seu salário para a entidade, ela avisou à secretária: estava ali decidida a ser atendida e não iria embora enquanto isso não acontecesse.

Enquanto aguardava, relembrava, som e fúria, do esforço que teve para fazer o único teatro da cidade, o Teatro Eleazar de Carvalho: saiu pedindo tijolo por tijolo para empresários. O mesmo foi inaugurado em 2005 e era o seu aluguel que permitia uma renda para manter a Escola de Música Eleazar de Carvalho e também a OFI – Orquestra Filarmônica de Itu. Após 18 meses de pandemia, sem este recurso, não há mais como pagar os professores e manter a escola.

Naquela reunião, estava sua última esperança. Após cerca de vinte minutos, quem lhe atendeu foi Damil Rondan, do Departamento Jurídico. “Ele me disse que a Prefeitura não pode nos dar nenhum recurso, senão o prefeito vai preso, e que estamos em meio a uma pandemia. Mas o projeto de parceria que eu apresentei é similar a um que já existe!”, lamenta.

“Ele ainda sugeriu que eu entregasse o teatro para a prefeitura, para se tornar municipal e que eu reabrisse a escola quando tivesse recursos”.  O balde de água fria tirou as esperanças da gestora, que viu suas expectativas serem frustradas. “Nem dormi esta noite”.

As despesas para manter 58 alunos nas aulas de música e a Orquestra é em torno de 18 mil reais, incluindo dois funcionários do local, professores e regente. Por ora, o palco está vazio, o som dos instrumentos deu lugar ao silêncio. A cortina fechou.

“Ainda estou me recompondo da conversa com a Prefeitura, mas tenho esperanças de conseguir empresas que aceitem nos ajudar. Temos alunos que saem daqui e entram direto na Unicamp, de lá vão para o exterior. Tudo isso não pode se perder assim… “

Os interessados em apoiar a Escola de Música podem entrar em contato pelos telefones 4022-0206 (Assatemec) ou 4022-1296/ 9.7305-0334 (Myriam).

Obs.: entramos em contato com a Prefeitura e questionamos se eles gostariam de apresentar algum argumento sobre a conversa com D. Myriam, mas não tivemos retorno.

O post Após não ter apoio da Prefeitura, presidente de ONG tenta salvar Orquestra da cidade apareceu primeiro em Jornal de Itu.

Plaza Shopping Itu participa da Semana do Brasil 2021

Marco temporal: o julgamento