
Dados do Painel Integrado de Monitoramento do Cuidado do HIV e da Aids, do Ministério da Saúde, apontam que o Brasil registrou, entre 2015 e 2025, um aumento de 70,1% no número de pessoas identificadas nos sistemas de informação relacionados a essas questões. Em 2015, eram 624.112 pessoas registradas; em 2025, o número chegou a 1.061.707. Desse total, cerca de 39.291 pessoas receberam o diagnóstico, mas não iniciaram tratamento.
Entre as pessoas acompanhadas em 2025, a maior concentração está na faixa de 40 a 59 anos, com 28,4% dos homens e 16,1% das mulheres. Em seguida, aparece o grupo de 25 a 39 anos, com 27,8% entre os homens e 8,4% das mulheres.
Pessoas com mais de 60 anos correspondem a 8,5% dos homens e 5,7% das mulheres. As faixas mais jovens têm proporções menores: 3,0% dos homens e 1,2% das mulheres entre 18 e 24 anos; adolescentes de 13 a 17 anos representam 0,1% dos homens e 0,2% das mulheres.
No Hospital Municipal de Itu, gerenciado pelo Grupo Chavantes, a campanha Dezembro Vermelho reforça a conscientização sobre HIV e Aids, lembrando a importância de informações corretas, o combate ao estigma, além da prevenção e testagem, pilares essenciais para reduzir novos casos e ampliar o acesso ao cuidado.
O HIV é o vírus da imunodeficiência humana, responsável por atacar o sistema imunológico. Já a Aids representa o estágio mais avançado da infecção, quando há queda significativa da imunidade e risco maior de infecções oportunistas. A infectologista do Hospital Municipal de Itu, Dra. Daniela Pereira Lopes explica que a distinção entre os termos ainda é motivo de dúvidas. “Uma pessoa pode viver anos com HIV sem desenvolver Aids, desde que faça o tratamento corretamente. HIV é o vírus; Aids é uma condição clínica que surge quando a infecção evolui sem controle. Hoje, com os antirretrovirais, é possível manter a carga viral indetectável e preservar a saúde”, afirma.
A transmissão ocorre principalmente por relações sexuais sem preservativo, compartilhamento de seringas e objetos perfurocortantes, e também pela chamada transmissão vertical, quando a infecção passa da gestante para o bebê na gravidez, durante o parto ou na amamentação sem o acompanhamento adequado. O infectologista reforça que situações de convívio social não apresentam risco e que informações falsas ainda alimentam estigmas. “Não existe transmissão pelo toque, abraço, uso de talheres ou contato cotidiano. O preconceito nasce da falta de informação, e isso afasta as pessoas do diagnóstico e do cuidado”, destaca.
Sintomas e tratamento
Os sinais iniciais da infecção podem incluir febre, mal-estar, dores no corpo, aumento de gânglios e manchas na pele, sintomas muitas vezes confundidos com outras doenças comuns. Após essa fase, o vírus pode permanecer sem manifestação por anos, o que reforça a importância da testagem. Quando não tratada, a infecção pode evoluir para Aids, aumentando o risco de doenças oportunistas e complicações graves.
O tratamento é realizado por meio da terapia antirretroviral, disponibilizada gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS). A adesão regular permite reduzir a carga viral até níveis indetectáveis, o que impede a transmissão sexual do vírus, conforme o conceito “Indetectável = Intransmissível” reconhecido internacionalmente.
Para o especialista, o acesso ao tratamento e a informação adequada são essenciais para enfrentar a doença e reduzir o impacto na população. “Falar sobre HIV com base em ciência ajuda a combater o estigma e incentiva mais pessoas a buscar diagnóstico e cuidado. Informação salva vidas”, conclui a Dra. Daniela.
Sobre o Hospital Municipal de Itu
É uma unidade de referência em procedimentos hospitalares de média e baixa complexidade, além de oferecer Serviços de Apoio Diagnóstico e Terapêutico (SADT) ambulatoriais de média e alta complexidade. A instituição conta com 32 leitos destinados a internações clínicas, cirúrgicas e de pacientes adultos, além de dispor de 2 salas de Centro Cirúrgico (CC) e 2 salas de Recuperação Pós-Anestésica (RPA), garantindo assistência segura e integral à população.
Sobre o Grupo Chavantes
A OSS (Organização Social de Saúde) Grupo Chavantes gerencia mais de 30 projetos espalhados em seis estados brasileiros, o que a posiciona como a oitava maior entidade do setor no país, com uma gestão anual de aproximadamente R$ 720 milhões.
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