
No último final de semana, dias 01 e 02 de novembro, a Starrett Indústria e Comércio Ltda. realizou um “open house” para celebrar os 50 anos da fábrica localizada em Itu. Ao lado de familiares, os colaboradores fizeram uma visita guiada pelas instalações e conheceram mais sobre os processos da maior fábrica de serras do mundo. Já antigos colaboradores da empresa puderam relembrar os bons momentos e reencontrar amigos que fizeram na Starrett.
Fundada em 1880 em Athol, Massachusetts, nos Estados Unidos, a Starrett começou sua trajetória no Brasil em 1956, com sua primeira unidade instalada em São Paulo (SP). Na década de 1970, por conta das limitações de espaço, um terreno na cidade de Itu foi adquirido. Com isso, em 1975, a empresa se transferiu definitivamente para o município ituano, se tornando a sede da companhia em solo brasileiro.
Em 2021, toda a produção de serras da Starrett foi transferida para a unidade ituana, que se tornou a maior fábrica de serras do mundo. Com aproximadamente 600 colaboradores, a fábrica em Itu é uma das maiores da empresa em todo o mundo, com área total de 165 mil metros quadrados, sendo 25 mil metros quadrados de área construída dedicada à produção de serras.
Salvador de Camargo Jr., 79 anos, trabalhou na Starrett entre 1963 e 2018, passando por diversos setores. Começou como office boy e chegou a ocupar a presidência da companhia no Brasil, entre 2006 e 2018. “É super bacana ver aqui aquilo que a gente fez, teve a continuidade que a gente esperava. A fábrica hoje está espetacular perto do que já foi, e o crescimento é muito grande”, afirma o ex-presidente, que destaca o clima familiar e de união entre os colaboradores da empresa.
“É a característica do local, da empresa e das pessoas. Desde que eu comecei e veio se criando isso. Quando a gente veio pra Itu foi até mais, porque muita gente vinha de São Paulo e acabou se unindo aqui. Pelo menos 30%, 40% da empresa era de São Paulo, não daqui, e os novos foram entrando a gente foi criando essa empatia com os funcionários”, relata Salvador.





Hoje, a Starrett do Brasil é presidida por Christian Arntsen, 58 anos, que continua o trabalho desenvolvido por Salvador, que o contratou em 1993. Atuou como gerente de exportação da empresa e o bom trabalho rendeu uma oportunidade de emprego em outra companhia, nos EUA. Voltou para a Starrett em 2000, assumindo novos cargos até se tornar presidente em 2018. “É um desafio grande manter e fazer isso continuar crescendo e evoluindo”, conta ele, que se orgulha da capacidade da empresa em atrair novos talentos.
“Está no DNA da empresa. Eu conheço muitos clientes, fornecedores e até consultores que falam isso. Não importa onde na Starrett a gente vá, a gente sempre se sente muito bem. O ambiente, a energia é muito legal né, seja na Escócia, na China, na matriz, obviamente, em Athol. E eu acho que isso é uma combinação das pessoas, da história, do DNA, das características da empresa, e é uma coisa que eu acho que permeia em todas as unidades da empresa”, destaca Arntsen.
O presidente também frisa a sinergia entre a Starrett e a cidade de Itu neste meio século de história. “Estamos fazendo 50 anos de Itu, 70 anos de Brasil e 145 de mundo e é um orgulho muito grande, é um legado, é uma história muito grande e Itu nos acolheu muito bem. E eu acho que a gente também é um é um símbolo importante pra cidade, gerando bons empregos, de boa qualidade”, pontua o executivo.
Christian Arntsen destaca que um dos pilares da Starrett é a comunidade, por isso a empresa apoia 25 entidades da cidade. “A gente tem uma integração muito grande com a cidade, e quando a gente trouxe a produção do mundo da Starrett aqui para o Brasil e aqui pra cidade de Itu, eu brinco que não poderia ser em outra cidade: a maior fábrica de serras do mundo só podia ser em Itu, a cidade dos exageros. Mas não é exagero, não, é verdade: a maior fábrica de serras do mundo está aqui em Itu”, brinca o presidente.
Para o futuro, a Starrett pretende continuar em expansão – tanto física quanto na produção de novas soluções para o mercado. “Tivemos a pandemia, anos difíceis politicamente e economicamente, agora as tarifas do Trump e tudo mais, e a gente continua crescendo dois dígitos todo ano. Esse ano de novo, fazendo um trabalho maravilhoso. Mesmo com a economia andando de lado, a gente continua crescendo e temos muitos planos para crescimento. Só esse ano lançamos mais de 18 produtos novos, temos um funil de mais de 40 produtos a serem lançados e a gente continua investindo para continuar crescendo”, finaliza.
Experiência e juventude
O “open house” uniu experiência e juventude, com a presença de antigos colaboradores que marcaram época na empresa e de novos profissionais que hoje fazem a Starrett acontecer. Celso Tahan, 76 anos, trabalhou de 1973 a 2019, começando na produção. Ele se recorda com carinho dos primeiros anos em Itu. “Era uma fazenda de tomate aqui. Evoluiu muito desde que eu comecei aqui”, comenta ele, que reforça o clima de família na empresa. “Muitas amizades, muita integração. O pessoal vestia a camisa. É uma história de vida grande”, diz com emoção.
Reginaldo Aragoni, 77 anos, trabalhou de 1979 a 2018 na empresa. “É difícil você tirar a Starrett de você”, comenta ele, que fez muitos amigos ao longo das décadas. “A Starrett abriu as portas do mundo para mim. Eu fico até emocionado quando eu falo da Starrett”, conta Aragoni, que levou o neto para conhecer a produção. “A gratidão é imensa.”
Milton Rezende, 82 anos, atuou por 52 anos na Starrett como diretor comercial. Visitando novamente a fábrica, ele recordou os bons momentos e se impressionou com as novidades. “Eu sai em 2015, já são dez anos. Mudou muito. E eu tenho muito vínculo até hoje. A gente fez uma história toda aqui”, comenta.
João Citron Jr., 84 anos, trabalhou por 54 anos na Starrett. Ele ajudou a implantar a fábrica em Itu e também a da China, no final da década de 1990. “O nosso objetivo era sempre fazer com que o ambiente fosse bem familiar, um cuidar do outro. Para mim, a Starrett representa tudo. Tudo o que eu consegui, todo o meu patrimônio”, destaca ele, que conheceu todas as divisões da empresa pelo mundo.
Hoje, esse trabalho é continuado por uma jovem geração. Vinícius Antônio do Nascimento, 30 anos, entrou como terceirizado em 2021 e há um ano e meio é colaborador no setor de logística da Starrett. “É uma empresa que acolhe bem. Não tenho o que reclamar. Todo mundo é muito unido”, destaca ele, que pretende se aposentar na empresa. Bruna Martins Negócio, 20 anos, está desde o início deste ano na empresa, atuando como jovem aprendiz no setor de marketing.
Em seu primeiro emprego com carteira assinada, ela destaca o conhecimento que vem adquirindo. “Para mim está sendo uma aprendizagem maravilhosa, estou aprendendo muitas coisas, a lidar com uma empresa grande com várias pessoas, tendo contato com clientes e representantes”, relata a jovem, que vê oportunidades para continuar na empresa.
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