Da Cidade Nova para o mundo: violinista ituana é aprovada para doutorado em cinco universidades dos EUA

 “Nós somos feitos da matéria de que são feitos os sonhos”, dizia William Shakespeare.  Quando a pequena Danielle Barbosa subia no ônibus, aos dez anos, com seu violino repousando nos braços e o coração cheio de esperança, não levava apenas o instrumento musical. Levava consigo uma fé profunda, um sonho claro e uma vontade inabalável de transformar o mundo através da música. O trajeto do bairro Cidade Nova até a sede da Assatemec, no Bairro Brasil, podia durar mais de uma hora, mas para ela era o tempo exato para lapidar sua vocação.

“Eu já sabia que queria trabalhar profissionalmente com música”, diz hoje, aos 27 anos, prestes a embarcar para mais um grande capítulo de sua jornada: o doutorado em violino na Texas Christian University, com bolsa integral.

Criada em uma família evangélica, onde o louvor era expressão cotidiana da fé, Danielle encontrou na música um chamado que ia além dos cultos. Com dez anos iniciou seus estudos na Assatemec; aos quinze, seguiu para o Conservatório de Tatuí, onde por dois anos aprimorou sua técnica. De lá, alcançou o Bacharelado em Violino na Universidade Estadual Paulista (Unesp), sob orientação do renomado professor Luís Amato — sempre com o apoio dos pais, humildes, porém gigantes em incentivo.

Estudante de escolas públicas desde sempre, Danielle foi além do previsto. “Durante meus estudos em São Paulo, integrei a Orquestra Experimental de Repertório”, conta. Um ano após concluir a graduação, cruzou fronteiras rumo aos Estados Unidos, com auxílio da instituição Viajarte. Ingressou no Mestrado em Violino na University of Massachusetts Amherst, transferindo-se depois para a Duquesne University, onde pôde ampliar suas experiências tocando com importantes orquestras da Pensilvânia e de Ohio.

Seu currículo se tornou impressionante: foi aprovada para integrar as orquestras Erie Philharmonic, Wheeling Symphony, Westmoreland Symphony e a prestigiada New World Symphony Orchestra, em Miami. Atuou também com a Pittsburgh Opera, Canton Symphony, Youngstown Symphony e outras.

No Brasil, foi convidada pela Orquestra Mozarteum Brasileira a participar de um festival internacional de música na Alemanha (foto), com bolsa integral, e conquistou o primeiro lugar no concurso da Orquestra Sinfônica de Campinas.

Agora, Danielle se prepara para voar ainda mais alto: na próxima terça-feira, embarca para o Texas, onde continuará seus estudos de doutorado com a professora Elisabeth Adkins, ex-spalla da Orquestra Nacional dos Estados Unidos. Texas foi escolha, pois, outras Universidades também a aprovaram com o mesmo desconto: Universidade da Flórida, Universidade de Iowa, Universidade Estadual da Louisiana e Universidade de Memphis.

Mas, para além das partituras e palcos internacionais, Danielle sonha com algo maior: fundar uma instituição que leve o ensino de música para dentro das escolas brasileiras. “Deus me ajudou muito, além de instituições, como a Assatemec. Agora, quero retribuir isso…”, afirma, com a mesma convicção de quando, menina, cruzava a cidade com seu violino nas mãos e um futuro inteiro no peito.

Danielle é a prova de que, talento, fé e perseverança formam a mais bela sinfonia da vida e inspiram novos sonhos… e que eles se materializem, inspirando outras meninas sonhadoras por aí!

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