Nova diretoria encontra centenas de ossadas sem identificação em cemitério de Itu

A nova diretoria do cemitério e da funerária municipais de Itu encontrou centenas de ossadas sem identificação no cemitério.

O Jornal de Itu esteve no local, na tarde desta segunda-feira (20), e constatou três locais em que ossos foram jogados. Segundo um coordenador, em um deles, um fosso com alguns metros, foram jogados ossos todos juntos, o que impossibilita a identificação individual.

Em outro local, um baú de caminhão, ao fundo do cemitério, são centenas de sacos pretos, todos também sem nenhuma identificação, o que impossibilitaria algum familiar procurar seu familiar.

Esses restos mortais são derivados de exumações de pessoas humildes, que sem condições de pagar por um espaço, usaram o sepultamento provisório que a Prefeitura oferece.

Segundo o diretor, o caixão fica lá por três anos, sem que a Prefeitura mexa, esperando os parentes terem outro local para depositar. Após isso, ainda se espera três anos. Após seis anos, é publicado um edital de chamamento para se ir até lá. Como a maioria das pessoas não aparece, então os ossos são retirados e colocados em sacos. Deveriam ficar com suas identificações, caso algum parente apareça, posteriormente, mas não ficaram. Uma foto mostra todas as etiquetas juntas, em uma sacola transparente.

“No final do ano, ao lado dessas gavetas, pediram para a gente construir outras caixas, às pressas, para serem colocados esses sacos com ossos, para dar menos impacto quando a nova gestão assumisse”, conta um diretor que já trabalhava no local.

Chamaram o local de columbário.

Na foto principal, a parte branca são os sepultamentos provisórios, a parte bege seria o columbário.

No total, seriam quase mil pessoas cujos ossos não possuem identificação e cujos familiares não teriam se manifestado.

O ex-diretor Edmilson Martins diz que não há nada de irregular, que os restos mortais são antigos, há mais de vinte anos, e que caberá a atual administração cremar este material, o que não foi feito nos últimos oito anos.

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