O Gabinete de Gestão de Crise, criado pelo atual governo para poder gerenciar as dificuldades que a cidade de Itu enfrenta, apresentou na última quarta-feira (08) um diagnóstico da real situação da saúde pública municipal. Essa análise aponta filas de espera para cirurgias eletivas, consultas com médicos especialistas e exames, além de dívidas com prestadores de serviços.
O diagnóstico está sendo avaliado pelo prefeito Herculano Passos (Republicanos), pelos secretários de Saúde e de Finanças de Itu, respectivamente, Tiago Texera e Francisco José Rocha. “Nosso governo herdou um cenário com grandes filas de espera e um endividamento gigantesco da saúde pública. Mas, com organização e planejamento da nova gestão, negociação com fornecedores, todos os serviços e contratos serão garantidos”, ressaltou Texera.
O secretário de Saúde alertou a população sobre as filas de espera. “Após as eleições, cirurgias eletivas, exames e consultas de especialidades médicas foram represadas. A atual administração municipal realiza, desde que assumiu a Prefeitura, o planejamento para equalizar o tempo de espera e reorganizar o sistema para fazer frente às demandas”, garantiu.
Texera informou que os números são preocupantes: mais de 800 cirurgias eletivas, mais de 25 mil exames e aproximadamente 13,8 mil consultas médicas com especialistas. As principais demandas represadas são de cirurgias eletivas urológicas e ginecológicas (como, por exemplo, de rim, próstata, mioma, útero e bexiga), de exames de ressonância magnética, tomografia, endoscopia, colonoscopia e teste ergométrico (todos com mais de seis meses de espera), e de consultas, em sua maioria, nas áreas de psiquiatria, oftalmologia, neurologia e reumatologia.
“Solucionar esses problemas que herdamos do governo anterior é urgente, pois estamos trabalhando com vidas. Os exames precisam ser realizados com rapidez, para que o médico possa iniciar ou dar continuidade ao tratamento do paciente”, afirmou o secretário de Saúde de Itu.
Conflitos
Antes da divulgação do comunicado do Gabinete de Crise à imprensa, Herculano havia gravado um vídeo junto do Texera comentando a situação. “Após perder a eleição, o prefeito Guilherme Gazzola começou a desmarcar todas as consultas, exames e cirurgias. Isto é muito preocupante. O que resultou em uma fila enorme dos serviços de saúde, deixando o sistema à beira do colapso”, afirmou. “O prefeito se vingou na população depois da eleição e represou tudo”.
Em novembro, o então prefeito eleito entrou com uma ação no Ministério Público para averiguar possíveis irregularidades na saúde de Itu. Segundo o prefeito, relatos dos munícipes e dos profissionais de saúde davam conta de medidas adotadas pelo então prefeito Guilherme Gazzola, que estariam prejudicando a qualidade e continuidade dos serviços públicos de saúde.
O JP entrou em contato com o ex-prefeito Guilherme Gazzola (PP), que rebateu as acusações, que segundo ele são ridículas. “Ganhou, vai governar”, declarou. Segundo ele, todas as consultas são geridas pelo SISS – Sistema Inteligente de Serviços da Saúde. “Se cancelar a consulta, a pessoa não volta para a fila”, informou, lembrando também que, durante seu governo, o Hospital Municipal realizava uma média de 600 cirurgias por mês.
Ao “Jornal da Manhã” da Jovem Pan Sorocaba, Gazzola acusou Herculano de ameaçar trocar a gestão do Hospital Municipal, havendo desacordo entre os médicos. Ele chamou o atual prefeito e o secretário de Saúde de “mentirosos”. “Desde que ganharam a eleição, Herculano e sua família prometeram que iam acabar com o Hospital Municipal. Consequentemente, os médicos, com medo de não receberem, reduziram seus atendimentos”, comentou.
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