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Tudo começou com Hydesville…

Conta-nos Conan Doyle, aquele mesmo autor das famosas novelas policiais de Sherlock Holmes e, membro da Sociedade de Pesquisas Psíquicas da Inglaterra, que no final da década de 1840, em um vilarejo do condado de Nova Iorque, em uma pequena residência dos Fox, fervorosos metodistas, começaram a ocorrer fenômenos estranhos.

Os Fox haviam se mudado para lá recentemente, em dezembro de 1847, e conheciam certos boatos fantásticos sobre o local. Mas foi no início do ano seguinte que os eventos começaram. Eram batidas, arranhões e sons que de início assustaram o casal e suas duas filhas, Kate (11) e Margareth (14).

No começo ignoraram, mas os ruídos cresceram de intensidade e frequência, até que faziam as camas tremerem. No dia 31 de março, a coisa ficou insuportável. Por curiosidade, Kate tentou desafiar as batidas pedindo que elas repetissem as batidas que ela mesma produzia. E as batidas responderam. Uma batida aqui, outra de lá, três batidas daqui, três batidas de lá.

Ficou claro que era possível se comunicar com os “batedores”. E mais que isso, pois os batedores pareciam ver, também, porque quando Kate ameaçava bater, os batedores se antecipavam e batiam primeiro. Começaram então a “conversar” por meio de perguntas e respostas simples como: uma batida, sim, duas batidas, não.

“Uma vizinha, Mrs. Redfield, foi chamada e sua distração se transformou em maravilha e, por fim, pavor, quando teve respostas corretas a questões íntimas.” Os relatos de Doyle continuam dando conta da enorme repercussão que os fenômenos ganharam e as pesquisas feitas sobre eles, tanto nos Estados Unidos como na Europa.

Bem, fenômenos como esses sempre ocorreram na história da humanidade e nada menos do que a Igreja Católica os registrou ao longo de séculos, cunhando alguns de fatos miraculosos que tornaram os seus provocadores santos e, outros, de atos demoníacos. Mas, que ocorreram, ocorreram.

Para os espíritas o dia 31 de março de 1848 marca o início das ocorrências que culminariam com o surgimento, em 18 de abril de 1857, do primeiro livro espírita, e que também marca o início do Espiritismo no mundo.

Os fenômenos de Hydesville não eram diferentes de todos os outros que os precederam e até modestos em relação às levitações e aparições de alguns santos da Igreja, o diferencial é que naquele momento, o mundo científico já estava aparelhado para observar os fenômenos, não como coisas sobrenaturais, mas como fenômenos naturais a serem conhecidos e estudados.

Foi a partir daí que começaram a surgir os estudos de cientistas renomados, comprovando os fenômenos, como Willian Crookes, Paul Gibier, Ernesto Bozzano, Ercole Chiaia, Alexander Aksakof, Gabriel Delanne, Charles Richet, Cesare Lombroso, Camille Flammarion, Frederic Miers, Johan Zöllner e tantos outros, sem falar do próprio casal Curie, aqueles mesmos que foram os primeiros a pesquisar a radioatividade, que em Paris estudou a mediunidade de Eusápia Paladino, a famosa e eclética médium italiana..

 Os fenômenos intrigaram os homens da ciência e chamaram a atenção do Prof. Rivail (Allan Kardec) que reconheceu ali a possibilidade de uma fonte de informações infindável sobre a vida dos espíritos.

Era preciso que o espiritismo surgisse pela clareza da pesquisa científica e não no emaranhado de crenças místicas e sobrenaturais. Hydesville foi o estopim que fez eclodir o interesse pelos fenômenos chamados paranormais, que ganharam no espiritismo um sentido próprio: o de trazer informações importantes sobre a vida espiritual, ajudar o ser humano a compreender a razão da sua existência e do seu destino e ampliar o significado dos ensinos de Jesus, junto a todas as outras religiões.

Carmo Rodrigues, professor e espírita

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Publicado em June 18, 2024.
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