No mundo do futebol, onde o talento e a paixão pelo jogo deveriam ser os únicos critérios para avaliar um jogador, infelizmente, ainda nos deparamos com um fenômeno perturbador: o racismo. Na semana passada, o talentoso atacante brasileiro Vini Junior, do Real Madrid, mais uma vez se viu diante de um ato de discriminação racial.
Essa não foi a primeira vez que o jogador enfrentou tal situação, sendo a décima agressão que ele sofreu, de maneira tão intolerante, apenas por ser negro e de um país periférico. Esse episódio doloroso reflete a triste realidade do racismo estrutural que ainda persiste no futebol e na sociedade em geral.
Vini Junior é um dos jogadores mais celebrados da atualidade. Com apenas 22 anos, ele já é considerado uma das grandes promessas do futebol mundial. Sua velocidade, habilidade e capacidade de driblar têm encantado os fãs e especialistas do esporte, e ele continua a impressionar com seu desempenho no Real Madrid.
No entanto, mesmo diante de tamanho sucesso, suas comemorações alegres, como as dancinhas feitas após marcar um gol, têm se tornado motivo para a intensificação desses atos cruéis.
É admirável ver a forma como Vini Junior reage a essas manifestações de ódio. Mesmo depois de um boneco com a camisa que ele usa aparecer enforcado em uma praça pública, ele mantém a compostura e a alegria que são características marcantes de sua personalidade. Sua resposta suave e leve não apenas evidencia sua força interior, mas também expõe ao mundo a triste realidade do racismo no futebol e em outras esferas da vida.
A carreira de Vini Junior é um exemplo de superação, tendo enfrentado e lidado com o racismo ao longo do caminho. Sua resiliência e determinação em enfrentar esses desafios são inspiradores e servem como exemplo para outros jogadores e pessoas em todo o mundo. Infelizmente, o racismo estrutural é um fenômeno complexo e arraigado nas instituições e nas relações sociais.
No caso do futebol, é evidente que o racismo está presente há décadas, mesmo em uma das ligas mais prestigiosas e competitivas do mundo, como a espanhola. Jogadores negros, como Vini Junior, enfrentam discriminação racial tanto dentro como fora dos campos, em forma de insultos, agressões verbais e até mesmo de atos simbólicos de violência.
Esses atos demonstram a profunda intolerância enraizada nas mentes de algumas pessoas. O racismo estrutural é uma forma de discriminação arraigada nas instituições e nas relações sociais, o que faz com que episódios como esse ainda sejam frequentes nos dias de hoje.
Para combater efetivamente o racismo, é fundamental uma mudança profunda na consciência das pessoas e na estrutura da sociedade. A educação, a conscientização e a promoção da diversidade e da igualdade são caminhos essenciais para alcançar uma verdadeira igualdade e respeito a todas as pessoas, independentemente de sua cor de pele ou origem.
O caso de Vini Junior é mais um exemplo de como o racismo estrutural persiste, mesmo em um ambiente onde o talento e a habilidade deveriam ser os únicos fatores determinantes para o sucesso de um jogador. É importante que episódios como esse sejam amplamente divulgados e discutidos, para que a sociedade como um todo possa refletir e trabalhar na construção de um mundo mais inclusivo e livre de discriminação racial.
Erica Gregorio, jornalista, socióloga em formação, escreve periodicamente no seu blog ericagregorio.com
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Publicado em May 31, 2023.
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