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Falta de informações e água gera transtorno na rotina de ituanos

Moradores concordam que com rodízio há possiblidade de se organizar e “guardar” água

A grave crise hídrica que afeta a cidade tem se tornado rotina na vida dos munícipes. Isso porque a justificativa das manutenções das redes da Cis (Companhia Ituana de Saneamento) não tem mais gerado conformismo por parte da população.

A aposentada Concilia Quadrino Ferreira, 66 anos, mora no bairro São Luís e contou que ficou dias sem receber água. “Liguei na Cis na segunda (19) pedindo explicações sobre a falta de água e desligaram o telefone. Na segunda tentativa me forneceram o número do protocolo, mas o problema não foi resolvido”, conta.

Ela disse que essa falta de “rodízio marcado” tem atrapalhado a sua rotina. “Agora eles ‘ligam’ e ‘desligam’ a hora e o dia que querem, sem nos avisar. Assim não tem como se programar”, reclama. “Tenho caixas médias e nunca fiquei sem água quando havia o ‘rodízio’, mas agora sem saber que horas vai chegar, cheguei a ficar sem uma gota de água em casa”, revela.

Concilia ainda conta que a rotina era um dia sim outro não e depois passou para abastecimento a cada 48 horas. “Agora não sabemos quando temos água. Hoje (21) estou com água, mas não sei até quando”.

No bairro Liberdade também é constante a falta de água. “A água vem até com frequência, mas ficamos dois dias sem receber. Se tivesse um cronograma a gente conseguia se programar, mas nem sabemos quando temos ou não”, relata uma munícipe.

Moradora do Parque América também concorda que com rodízio a situação seria mais “tranquila”. “Rodizio anunciado seria bom pra eu saber quando posso lavar roupa e guardar água”, disse.

No bairro Bom Viver a falta de abastecimento também é constante. “Já cheguei a ficar sem água por 5 dias corridos. Essa semana estamos há três dia. Eu já cheguei a comprar água para beber, mas para o restante dos afazeres eu vou buscar na bica d’água do kartódromo”, conta a moradora. Ela também disse que com rodízio seria diferente e que Itu vive numa situação que não se estabiliza.

Reclamação também vem do bairro alto que chegam a ficar 5 dias sem abastecimento e dizem que o problema só tem piorado, tendo como alternativa a bica d´água. “o rodízio seria bom”, disse a munícipe.

Caminhão pipa

E a constante falta de água tem alterado a paisagem da cidade. Caminhões pipas são vistos com mais frequência. Uma moradora do bairro Presidente Médici nos relatou que a água costuma vir somente no período noturno, após a meia-noite, porém já chegou a ficar uma semana sem receber água. “Quando vimos que a situação estava piorando acabamos comprando outra caixa e também compramos água”.

No bairro Portal Vila Rica a situação não é diferente. “Já chegamos a ficar sem água por 8 dias, mas meu irmão que mora na parte mais alta ficou bem mais. Acabei comprando 2 mil litros de água”, conta a moradora. “Se tivesse rodízio seria melhor porque a gente se programa. Estamos tendo água a cada 2 ou 3 dias”, completa.

Na próxima sexta-feira, 30, o superintendente da CIS estará em uma audiência pública na Câmara, aberta ao público.

Barragem Ribeirão Piraí

A barragem Ribeirão Piraí deverá fornecer à Itu a mesma quantidade de água das captações do Mombaça, ou seja, deve se tornar mais um manancial seguro para o munícipio e tem como promessa resolver a situação hídrica da cidade.

Porém, os munícipes terão que esperar um pouco mais para que os tempos de falta de água chegue ao fim. Isso porque as obras foram adiadas para 2024. A justificativa do Consórcio Intermunicipal do Ribeirão Piraí (Conirpi), é que a obra está pronta para ser licitada, mas o processo deve se arrastar pela morosidade burocrática.

O Conirpi foi instalado solenemente no dia 12 de junho de 2003, visando resolver os problemas hídricos dos quatro munícipios que o formam: Itu, Salto, Indaiatuba e Cabreúva. O atual presidente do Conirpi é o prefeito de Indaiatuba, Nilson Gaspar (MDB).

Segundo o Consórcio, as questões jurídicas envolvendo as desapropriações das últimas propriedades rurais foram finalizadas e não há mais nenhum impasse. O próximo passo será a publicação do edital de concorrência pública, que deve ocorrer ainda em setembro, e a empresa vencedora terá o prazo de 18 meses para a conclusão das obras, ou seja, no começo de 2024.

A barragem terá um investimento total de R$ 145 milhões, dos quais R$ 70 milhões vieram do governo do Estado, R$ 57 milhões do governo federal e R$ 20 milhões de aportes financeiros dos municípios envolvidos.

(Texto: Denise Katahira Foto: Assessoria CIS)

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Publicado em September 23, 2022.
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