Depois de ter vencido a Covid após 15 dias internado no Hospital Samaritano, em Sorocaba (SP), o atleta Emerson Neves, de 43 anos, de Itu (SP), estava prestes a iniciar a prova de Aquathlon quando torceu o pé. “Resolvi manter o corpo quente, começar a prova em alta intensidade e depois ir administrando”, conta.
Depois de vencer a pandemia mais mortal do século, ele teria que correr e nadar em busca do título nacional. E conseguiu. O mesmo peito que tinha dificuldades na Covid, estava com uma medalha estampada e mesmo o tornozelo inchado não foi empecilho para a vitória que o classifica para o mundial da Austrália, marcado para o ano que vem.
Emerson tem retinose pigmentar. Nasceu com 100% da visão, mas foi perdendo ao longo da vida e hoje tem cerca de 10%, por isso, concorre pela categoria PTVI, mostrando que é especialista em vencer desafios. Nessa categoria, o atleta com deficiência visual corre com um guia. “Os meus treinos já estavam focados no ano que vem, mas surgiu essa prova na Bahia. Conversei com meus treinadores, Mariana Ohata e Reinaldo Collucci, e, depois de conseguir um guia de lá, pois o meu não poderia participar, resolvi concorrer”, conta.
A prova aconteceu em Embassaí no último final de semana. A primeira prova pós-Covid serviria como um teste. “A minha preparação estava para o restabelecimento. Algumas das sequelas que a Covid me deixou foram dor de cabeça e enfraquecimento das pernas. Tenho que agradecer muito ao Hospital Samaritano em Sorocaba, porque graças a eles consegui me recuperar e me sagrar campeão brasileiro.”
A próxima etapa é o mundial na Austrália. “Tem uma equipe me acompanhando. Eu não parei de treinar. Estou fazendo natação e musculação. A corrida só volto após me curar totalmente da lesão que tem grau dois nos ligamentos. Antes da etapa internacional, tenho as primeiras etapas do brasileiro. Vou fazer de tudo para chegar e chegar bem.”
fotos: divulgação
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