Mães e pais se preocupam com filhos estudando longe de casa

Um grupo de pais e mães se reuniu para tentar resolver um problema que tem os deixado muito preocupado: seus filhos estudarão neste ano na sexta série do Ensino Fundamental e foram transferidos para longe de suas residências.

Na faixa dos dez anos de idade, os alunos terão que percorrer longos trajetos de ônibus, sozinhos. Os pais procuraram vans mas pelos deslocamentos serem contramãos, não compensa e os motoristas não fazem o percurso.

São diversos casos: aluno que mora no bairro São Luiz foi matriculado na Pinheiro Junior, no bairro Brasil; aluno do Parque América foi para a escola Cesário Motta; do Paraíso 2 foi para o Regente Feijó, no Centro; aluna que mora na Vila Roma não consegue se transferir para a escola ao lado de sua casa e continua matriculada no Cidade Nova; alunos do Jardim Aeroporto foram para escolas no Rancho Grande ou Bairro Brasil.

“Como uma criança de dez anos vai andar sozinha? Minha filha nunca saiu sem eu”, reclama uma das mães, preocupada com a segurança da menina. “Minha filha vai estudar à tarde, então até ela chegar em casa já estará noite. Mesmo estando  desempregada, procurei van, mas ninguém faz este trajeto, para os motoristas não compensa”.

O grupo procurou Secretaria de Educação, Diretoria de Ensino e agora irá buscar o Ministério Público.

O SISTEMA

Para a nossa reportagem, a Secretaria Municipal de Educação esclareceu que esta é uma demanda da Diretoria de Ensino.

O dirigente regional de ensino, Claudemir Braz de Campos, informou que, desde 2019, com a implantação do Sistema de Compatibilização de Vagas via Secretaria Escolar Digital – SED, desta Secretaria Estadual de Educação – SEDUC, os alunos provenientes da municipalidade são, automaticamente  – via sistema,  encaminhados à Escola Estadual pertinente mais próxima de seu endereço.

“É o chamado Sistema de Geolocalização. Tal sistema encaminha os alunos que eram do município à respectiva unidade estadual mais próxima de sua residência com base nos endereços cadastrados, até o limite de vagas possíveis na unidade. Após, esgotando-se as vagas, executa o mesmo procedimento à escola seguinte mais próxima, e assim por diante, sem que nenhum aluno fique sem a devida matrícula. Ressalta-se que o procedimento é feito 100% via sistema, de forma automática.”

Claudemir ainda diz que “no decorrer do ano, por inscrição de intenção de deslocamento, as vagas que surgem são destinadas aos interessados que se inscreveram, via sistema.”

(Foto: alesp.gov.br)