O ano de 2025 foi marcado por decisões políticas relevantes, crises na saúde, investigações policiais, investimentos estruturantes e mobilização social em Itu. Ao longo dos meses, os principais acontecimentos noticiados pelo JP ajudaram a desenhar um panorama de desafios, embates e avanços no município.
Janeiro começou com a posse de Herculano Passos (Republicanos) para o seu terceiro mandato como prefeito de Itu, além da eleição de Neto Beluci (Republicanos) como presidente da Câmara Municipal para o exercício de 2025.
Logo no início da gestão, o prefeito determinou o congelamento da tarifa de ônibus e anunciou medidas administrativas, como a reabertura da farmácia da UPA pela Secretaria de Saúde e a retomada da manutenção de vias públicas. O mês também foi marcado por embates políticos: o Gabinete de Crise apontou “caos” na saúde municipal, avaliação rebatida pelo ex-prefeito Guilherme Gazzola (PP). Ainda em janeiro, a Prefeitura retirou a obrigatoriedade do Cartão Cidadão para acesso a serviços públicos.
Em fevereiro, o tom político se intensificou. Herculano Passos atribuiu dificuldades iniciais à chamada “herança maldita” e afirmou que “daqui um ano a história será outra”. A Câmara de Itu derrubou o decreto que aprovava as contas de 2022 do ex-prefeito Gazzola, enquanto secretários deixaram o governo logo no segundo mês da nova gestão. O Legislativo também chamou atenção ao realizar uma sessão com menos de 25 minutos de duração.
O mês de março foi dominado pela crise sanitária provocada pela dengue. Itu decretou situação de emergência diante do avanço da doença, confirmou a primeira morte do ano. A Prefeitura iniciou a remodelação da Rua Floriano Peixoto, alvo de críticas após a implantação do boulevard pela antiga gestão.
Em abril, uma série de fatos de grande repercussão marcou o noticiário. O então secretário de Agricultura, Gilmar Souza, assumiu a superintendência da CIS. A Operação Copia e Cola cumpriu mandados de busca e apreensão em Itu, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa suspeita de desviar recursos públicos da saúde. O concurso público da Câmara Municipal foi suspenso após questionamentos judiciais, enquanto o ex-vereador Marquinhos da Funerária foi preso em Castilho, após um ano foragido.
No campo administrativo, Herculano Passos anunciou o projeto “Cidade Limpa”, voltado à retirada de outdoors, durante o evento de 100 dias de governo. O mês também registrou a mobilização da Fatec Itu, que pediu apoio da comunidade em carta aberta, e a liberação do Loteamento Monte Rei após acordo com a Prefeitura e o Ministério Público.
Em maio, a retomada das obras da barragem do Piraí representou um marco regional, com a assinatura da Ordem de Serviço em Cabreúva, reunindo prefeitos da região. No Legislativo, foi aprovado o veto do Executivo ao projeto de lei que tratava da Polícia Municipal, em votação unânime, mas com debates.
Outro destaque foi a conquista da área para a construção do Hospital Amaral Carvalho no Pirapitingui, projetado para ser referência regional no tratamento oncológico. A Prefeitura também apresentou os kits escolares da rede municipal, com cerca de 17 mil unidades distribuídas.
O mês de junho foi marcado pelo luto com a morte do secretário de Turismo, Carlinhos Boarini, que enfrentava um câncer e estava em tratamento desde o início do ano. Em julho, a área social e política voltou ao centro do debate. O Núcleo da Floresta rompeu contrato com a Prefeitura, alegando atrasos de pagamento e falta de valorização, enquanto o Executivo garantiu a continuidade dos serviços. No mesmo período, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) cumpriu agenda em Itu, inaugurou uma escola, abriu leitos hospitalares e fez acenos a uma possível candidatura à Presidência da República, reunindo lideranças de diferentes grupos políticos.
O mês de agosto trouxe ações de alcance estadual e nacional. Itu aderiu ao programa social “SuperAção SP”, voltado à superação da pobreza e à inclusão produtiva. Já a Operação Carbono Oculto, considerada a maior ação contra o crime organizado já realizada no País, mirou fraudes bilionárias no setor de combustíveis e teve dois investigados no município.
Em setembro, a pauta econômica e administrativa ganhou destaque. Apesar das críticas da oposição, a Câmara aprovou dois projetos que autorizaram a Prefeitura a contratar empréstimos de até R$ 200 milhões cada. O Tribunal de Contas do Estado de São Paulo reprovou um convênio de R$ 72 milhões firmado em 2021, para custeio da Santa Casa, decisão rebatida pelo ex-prefeito Gazzola. Ainda no mês, a INB prorrogou o leilão do chamado “lixo atômico de Itu”, devido à ausência de interessados.
O mês de outubro foi marcado por ações de fiscalização contra o metanol e decisões legislativas. A “Operação Baco” apreendeu cerca de 100 garrafas de bebidas com indícios de adulteração em sete comércios da cidade. A Câmara também autorizou, em caráter excepcional, o pagamento de verbas a funcionários da empresa Sobrenk, em projeto aprovado por unanimidade em sessão extraordinária.
Em novembro, a área da saúde voltou a preocupar com a confirmação da primeira morte por febre maculosa em Itu em 2025, vitimando uma jovem de 25 anos. O mês também teve destaque positivo com a realização do 7º Fórum Paulista de Desenvolvimento na Prefeitura, evento que reuniu lideranças políticas e empresariais e contou com a presença do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB).
No cenário ambiental, a ituana Malu Ribeiro, diretora da SOS Mata Atlântica, participou da COP30, em Belém (PA). Já no campo administrativo, o prefeito anunciou a retomada do pagamento do adicional de risco de 40% para a Guarda Civil Municipal, após decisão judicial.
Por fim, dezembro encerrou o ano com balanços e projeções. O “Natal Mágico de Itu” iluminou o Centro Histórico e impulsionou o comércio local, com aprovação de lojistas e da população. No Legislativo, Neto Beluci foi reeleito presidente da Câmara, com Luisinho Silveira (PDT) como vice para 2026, e foram definidas as comissões permanentes. Também foi aprovado o projeto que cria a loteria municipal, em meio a protestos da oposição e à posterior determinação do STF para suspender esse tipo de legislação.
O ano terminou com dados preocupantes sobre o aumento dos casos de violência contra a mulher – mais de 500 ocorrências a mais que em 2024 – e com o anúncio de um investimento expressivo: Itu recebeu R$ 83 milhões do Novo PAC para obras de água e saneamento, com recursos destinados ao abastecimento e ao tratamento de esgoto.
Assim, 2025 se consolidou como um ano intenso para Itu, marcado por crises, investigações, disputas políticas e importantes investimentos, que seguirão influenciando os rumos da cidade nos próximos anos.
O post 2025 em retrospecto: um ano de crises, embates políticos e investimentos em Itu apareceu primeiro em Jornal Periscópio | Jornal do Povo.